Quando vier a pancada, então que venha de uma vez. O mercado mensura o impacto, precifica o estrago e segue em frente. Difícil é quando as coisas ameaçam ir para algum lugar e não vão; mas também não somem do radar. O fato é que o cenário interno e o externo somados não autorizam o clássico “voo de brigadeiro”. A B3, que fechou a semana com 2,22% positivos, tem performance de 0,92% negativo no mês, até aqui.

Com o ministro Paulo Guedes mantendo o discurso liberal das privatizações mas sem avançar nas negociações como espera o mercado, o parcelamento de precatórios, mais os “etc e tals”, os investidores tiram o pé do acelerador. O índice de desemprego (de 14,6%) teima em estacionar nos quase 15 milhões (segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, a PNAD do IBGE, são 14,8 milhões os desempregados no país atualmente) e o crescimento do PIB para 2022 já tem projeções a cada semana sendo revistas para baixo. Na última o cálculo ficou na casa dos 2%.

No cenário externo, há dados do varejo e projeções do PIB “mais suaves” na China, enquanto a inflação ameaça subir (e com ela, os juros) nos Estados Unidos. A isto acrescente-se o caos no Afeganistão e outras armadilhas políticas. Diante deste quadro, nem precisava de alguma fala nova do presidente brasileiro, mas ele faz questão de manter o jogo-de-braço com os outros Poderes da República, dando um certo “molho” no noticiário.

Resultado: já passa de 30 o número de empresas que suspenderam os IPO´s (entre as quais Laboratório Teuto Brasileiro, Drogarias Nissei, Método Engenharia, Wine, Kalunga, Havan e Agribrasil) na B3. Se somarmos os 18 processos em análise na CVM, há mais de 50 companhias em vias de abrir o capital – de diferentes e atrativos setores da economia.  É provável que até o dia 7 de Setembro o quadro permaneça inalterado, aguardando-se os próximos lances de um sofisticado jogo de xadrez, mas é desejável que depois disso surjam situações mais claras.  

ETF

A B3 tem apostado nos ETFs, os fundos de índices. Por entender que a modalidade facilita o acesso dos investidores aos mercados de ações, de renda fixa, commodities, imobiliário e também de criptomoedas, lançou o https://www.etf.com.vc/ , um novo portal com conteúdos educacionais para todos os níveis de investidores.

Iniciativa ocorre em parceria com BlackRock, Hashdex, Itaú Asset, Investo, QR Capital e XP.

VOLUME

Ainda de acordo com a Bolsa de Valores, o número de investidores brasileiros em ETFs, no primeiro semestre do ano, saltou de 242 mil para 440 mil, o que representa crescimento de 83%. O volume médio/diário é de R$ 1,4 bilhão neste ano.  

REDUÇÃO

A Eternit S/A, em recuperação judicial, convocou AGE para decidir sobre a redução do capital social da empresa. Assembleia será dia 29 de setembro, de modo virtual, e na pauta o enxugamento de R$ 57 milhões sem alterar o número de ações emitidas.

CONTÁBEIS

Dias 01 e 02 próximos acontecerá o XVIII Seminário Internacional CPC – Normas Contábeis Internacionais por meio de plataforma virtual fechada.

O “EESG – Evolução e reflexos na contabilidade” será um dos painéis do evento. Veja mais em http://www.eventos.facpc.org.br/inscricao/XVIIISeminarioCPC

CIBER

Pra quem perdeu… o Portal Acionista publicou, dia 25, que o regulador de cibersegurança na China afirmou que empresas do país interessadas em abrir o capital, inclusive em bolsas estrangeiras, precisam se adaptar, antes, à regulamentação nacional e garantia da segurança da rede nacional, da “infraestrutura crítica de informação” e de dados pessoais.

AMAZÔNIA  

No próximo dia 3 haverá uma reunião virtual entre Octavio de Lazari Júnior, Milton Maluhy Filho e Sérgio Rial, CEOs dos bancos Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil. O tema da conversa será “Bioeconomia em foco, onde negócios e sustentabilidade se encontram”, da qual também participarão especialistas na matéria, em evento aberto.

Os executivos apresentarão os resultados do primeiro ano do Plano Amazônia, iniciativa conjunta dos bancos lançada em julho de 2020.  

Evento é gratuito e pode ser acessado pelo link www.planoamazonia.com.br

SOLAR

O Brasil acaba de ultrapassar a marca de 10 gigawatts (GW) de potência operacional de energia solar voltaica. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), somados, os (pequenos e médios, mais os grandes, em usinas), sistemas fotovoltaicos representam mais de 70% da potência da usina hidrelétrica de Itaipu, segunda maior do mundo e maior da América Latina.

Isso reforça o papel estratégico da tecnologia no suprimento de eletricidade no país, fundamental para a retomada do crescimento econômico nacional.

INVESTIMENTOS

De acordo com a Absolar, a fonte solar já motivou investimentos superiores a R$ 52 BI, no Brasil, gerando mais de 300 mil empregos, desde 2012.

No mesmo período, 2012 a 2021, evitou-se a emissão de 10,7 milhões de toneladas de CO2 na geração de energia. 

MULHER 360

A Suzano é a mais nova parceira do “Movimento Mulher 360 – Movimento Empresarial pelo Desenvolvimento Econômico da Mulher”, entidade sem fins lucrativos.

Com isto, a companhia se compromete com os pilares principais do Mulheres 360: fomento, sistematização e disseminação de informações e práticas que influenciem positivamente a comunidade empresarial e a sociedade.

Em 2020, a Suzano já tinha aderido aos “Princípios de Empoderamento das Mulheres”, da Organização das Nações Unidas (ONU), movimento composto por mais de 3.000 companhias no mundo para a troca de experiências a respeito das melhores práticas para a igualdade entre os gêneros no ambiente de negócios. 

ARTIGO

Igualdade feminina, as questões ESG e a pandemia

(*) Grazieli Binkowski

Parto da recente data, 26 de agosto, consagrada ao Dia Internacional da Igualdade Feminina, para refletir sobre o ponto em que estamos no avanço da diversidade de gênero nas organizações. É fato que estamos avançando, mas não podemos deixar de considerar os impactos que a pandemia nos causou.

A exposição que vêm ganhando o termo ESG (Environmental, Social and Governance) diante deste cenário não é à toa. A tomada para si da urgência, e de forma consistente, de práticas ambientais, sociais e de governança nos ambientes organizacionais não deixa de ser uma resposta e uma forma de combater os tantos efeitos que o cenário pandêmico nos trouxe.

Passados mais de 15 anos de sua criação, a partir da conferência e publicação Wo Cares Wins, do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, em 2005, a sigla ESG prova sua consistência empresarial de diversas formas.

A consideração dessas questões nos Relatórios Anuais das companhias abertas tem sido uma prática essencial. Por representar as práticas atuais das empresas, diferente do enfoque passado – mesmo que de curto prazo – que os dados estritamente econômicos e financeiros propunham aos relatórios, oportunizam também um exercício de autoavaliação das empresas sobre sua postura em termos ambiental, social e de governança. E é claro, além de trazerem mais transparência na relação com os diversos agentes do mercado, sejam eles acionistas, clientes ou funcionários.

Não é um acaso que a postura das empresas, visivelmente as maiores e com capital aberto, se mostraram mais estruturadas em relação à práticas de inclusão e diversidade. De meia década para cá, observa-se claramente a configuração de áreas exclusivamente voltadas a estas questões nas organizações, a designação exclusiva de pessoas para isso, a contratação de consultorias especializadas para colaborar com esse processo, e inclusive a mudança da nomenclatura de setores e vice-presidências, que evoluiu de recursos humanos para pessoas, e hoje alcança algo a mais, como diversidade e inclusão.

Isso significa que o assunto chegou no topo. E, do topo, é mais fácil se materializar em benefícios, programas, políticas e, de fato, estar ao alcance da sociedade, seja por meio de produtos, serviços e de promoção social.

Esta situação fica evidente na lista de 2021 feita pela Fortune. Dos 500 CEOs de referência nos Estados Unidos, 41 são mulheres, duas delas negras. E 8% dessas empresas têm liderança feminina. Ainda é pouco, mas é um recorde.

No Brasil, o percentual de mulheres na presidência está na faixa dos 3,5%, de 486 empresas analisadas. E quando chegamos a outros ambientes de liderança, os números não são muito maiores, mas são animadores. Os esforços para que as mulheres e uma presença mais diversa seja reconhecida nos Conselhos, por exemplo, espaço importantíssimo de estratégia, vêm de todos os lados

De fato todos entendemos que mais diversidade e inclusão faz diferença, não só para os negócios, mas para a nossa continuidade enquanto espécie social. Poder se abraçar a este fio de esperança em um cenário desolador, marcado por tantas perdas – quem dera fossem só econômicas – é um alicerce para continuarmos construindo algo muito melhor.

(*) Grazieli Binkowski é jornalista, pós-graduada, mãe, mulher e editora do Mulheres Em Ação do Portal Acionista.

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