(*) Celio Fernando B Melo

O Ceará dos Verdes Mares tem mergulhado em uma estratégia climática global na implantação de um Vale de Hidrogênio Verde-H2V, focando no Hub do Porto do Pecém. Essa construção exige uma governança pública para integrar lideranças, instituições, cadeias produtivas, academia e a sociedade civil organizada, em um primeiro instante.

No dia 30 de março, se completou um ciclo importante de institucionalização do Planejamento Estratégico Estadual de Longo Prazo – Ceará 2050, iniciado em 2017, e hoje na constituição do Estado do Ceará. O exemplo busca fundar suas bases no Green Deal, Pacto Ecológico Europeu, no VDC, Visão de Desenvolvimento da China, Compromissos Internacionais como Race-to-Zero, no ser signatário do Under2 Coalition, das Estratégias dos ODS, todos com objetivos e metas estabelecidos com horizontes temporais mais largos, de 2030 a 2050.

O Estado ESG se firma no combustível do Futuro. A Matriz Energética mundial até 2030 poderá chegar a no mínimo 20% de H2V, a preços de hoje. No Brasil, o Plano Decenal de Energia faz referência ao Hidrogênio Verde com projeção em 2050 para 1.850 toneladas/ano. Os números se apresentam de forma conservadora ao estabelecermos a mudança de época em curso com: a transição energética, a transformação digital e o avanço na Economia Azul, leia-se, principalmente, o potencial da energia Off Shore.

O timeline pode ser construído dentro da fase atual da humanidade, sem perder os aspectos históricos das várias ondas de transição energética, alterações diante da Ciência, Tecnologia e Inovação e o olhar e papel dos oceanos nas mudanças globais. Recentemente, em 2014, o Fórum Econômico de Davos, por seu executive Chairman Klaus Schwab, estabeleceu a indústria 4.0 como referência à 4ª. Revolução Industrial. Novos modos de produção com tecnologias: a Internet da Coisas-IoT, Inteligência Artificial-IA, Robótica, Big Datas, Data Analytics, e mesmo na 4G o no design thinking com a tecnologia 5G. Novas formas e usos na transformação digital aceleraram a transição energética, cuja base na gestão e eficiência é a comunicação de dados. Painéis robustos, de salas de monitoramento do novo milênio, reduzem custos e alavancam a escalabilidade. Sim, a transformação digital tem dado curso à transição energética. Na sequência, o Acordo de Paris, em 2015, na conferência do clima, ganha força a transição energética, quase 20 anos após o protocolo de Kyoto. As questões climáticas entraram na pauta principal com o aquecimento global aumentando e exigindo maiores compromissos das nações para os combustíveis e energias limpas. Em 2017, a agenda cresceu com a instituição da Década dos Oceanos 2021-2030. O planeta água com seus oceanos foram priorizados nas discussões, dada a responsabilidade pela captura de ¼ do dióxido de carbono do mundo. Seguiram o Green Deal, Pacto Ecológico Europeu, em 2019, e o Great Reset, um novo mindset, em 2020, reforçando os pontos da inflexão pós-pandêmica. A COP 26, em 2021, aprovou o art. 6º estabelecendo uma base importante para o financiamento, via mercado de carbono, da transição energética.

No caso do Ceará, a aposta no Hub do Hidrogênio Verde, se apoiou em um cinturão digital que alcançava, nos cabos de fibra ótica, boa parte do Estado e no 2º maior entroncamento do mundo de cabos transoceânicos, favorecendo a fixação também de data centers. No Hub do H2V a Segurança da Matriz Hídrica para obtenção do hidrogênio necessitava de caminhos inovadores com a usina dessalinizadora e a orientação para a água de reuso. As possibilidades de uso e eficiência energética chegariam as Energias Off Shore. O Ceará no mesmo momento organizava seu planejamento espacial marinho para favorecer a conservação dos oceanos e fazer seu uso ordenado diante de tantas ramificações que agora se ampliaram nos Portos, na logística marítima, na navegação de cabotagem e transoceânica, nas Plataformas de Energia Off Shore, Cabos, pesca artesanal e industrial, turismo náutico etc. Muitas interconexões e interdependências para agir, em um mosaico sistêmico e de alta complexidade. Assim. Transformação Digital, Transição Energética e Economia Azul se integraram dentro do Estado ESG. As Estratégias das ODS se mostraram presentes em todas as suas dimensões da possibilidade de erradicação da pobreza-ODS1, pelo programa Renda do Sol do Ceará 2050 até as parcerias e meios de implantação para garantir as metas globais-ODS17. Um novo iluminismo cooperativo, resiliente e adaptativo, para um Desenvolvimento Sustentável.

(*) Celio Fernando B Melo é Economista, mestre em Negócios Internacionais, Vice-Presidente da Apimec Brasil e Secretário Executivo da Casa Civil do Estado do Ceará.

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