Carteira de trabalho digital representando a criação de 188 mil empregos formais no Brasil em julho de 2024.
Criação de 188 mil empregos formais em julho reforça recuperação do mercado de trabalho brasileiro em 2024.

A última edição da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), referente ao período de agosto a outubro de 2024, revelou um marco importante para o mercado de trabalho brasileiro: a taxa de desemprego atingiu 6,2%, a menor já registrada desde o início da série histórica em janeiro de 2012.

Esse índice corresponde a 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego, uma queda expressiva em relação a períodos anteriores, e marca o menor número de desocupados em uma década, desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014.

O estudo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a redução na desocupação foi impulsionada pelos recordes nos números de pessoas ocupadas no país.

O total de trabalhadores no Brasil alcançou 103,6 milhões, um número histórico, com 53,4 milhões empregados no setor privado, dos quais 39,0 milhões possuem carteira assinada, e 14,4 milhões são trabalhadores sem carteira.

Além disso, o número de empregados no setor público também atingiu recorde, a 12,8 milhões de pessoas.

Esse desempenho reflete um aumento significativo na ocupação, com a taxa de ocupação em 58,70%, o maior percentual já registrado pela PNAD Contínua.

Recorde no número de ocupados: quais setores mais contribuíram para a redução da desocupação?

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, a expansão contínua da ocupação em 2024 foi o principal fator responsável pelos recordes históricos observados.

Beringuy destacou que o nível de ocupação (proporção de pessoas que trabalham entre a população com 14 anos ou mais) atingiu seu valor máximo até agora, e superou o recorde anterior de 2013, quando o índice foi de 58,50%.

O crescimento na ocupação foi especialmente impulsionado por três setores econômicos: Indústria, Construção e Outros serviços, que, juntos, geraram mais de 750 mil postos de trabalho no trimestre de agosto a outubro.

A Indústria apurou um crescimento de 2,90% (mais 381.000 pessoas), a Construção avançou 2,40% (mais 183.000 pessoas) e o setor de Outros Serviços registrou um aumento de 3,4% (mais 187.000 pessoas).

Esses segmentos foram responsáveis por quase metade do total de ocupações geradas no período.

Crescimento setorial: Indústria, construção e serviços lideram aumento no número de ocupados

O crescimento da ocupação no Brasil foi desigual entre os diferentes setores.

Entre os dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD, sete apresentaram aumentos no número de trabalhadores em comparação ao mesmo trimestre de 2023.

Destaque para Indústria (5,0%, com mais 629.000 pessoas), Construção (5,10%, com mais 373.000 pessoas), Comércio e reparação de veículos (3,30%, com mais 623.000 pessoas), e Transporte, Armazenagem e Correio (5,70%, com mais 316.000 pessoas).

A Administração pública, defesa e serviços sociais, por exemplo, também apresentou um aumento substancial de 4,4% (mais 802 mil pessoas).

Por outro lado, o setor de Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aquicultura teve uma queda de 5,30% (menos 446 mil pessoas), enquanto os segmentos de Serviços domésticos e Alojamento e Alimentação apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior.

Informalidade no mercado de trabalho: taxa chega a 38,90% no Brasil

Apesar dos recordes no número de pessoas ocupadas, a informalidade no mercado de trabalho brasileiro permanece um desafio.

A taxa de informalidade, que reflete a proporção de trabalhadores sem vínculo formal de emprego, atingiu 38,90% no trimestre de agosto a outubro, o maior nível desde o início da série histórica em 2016.

Esse índice representa aproximadamente 40,30 milhões de trabalhadores informais, um aumento em relação ao trimestre anterior (38,70%) e uma ligeira redução em relação ao mesmo período de 2023, quando a taxa era de 39,10%.

O crescimento da informalidade foi impulsionado, principalmente, pelo aumento no número de trabalhadores sem carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores por conta própria (25,70 milhões) permaneceu estável tanto em comparação com o trimestre anterior quanto com o mesmo trimestre de 2023.

Massa de rendimento cresce 2,4% no trimestre: aumento nos rendimentos dos trabalhadores

Outro dado importante da PNAD Contínua foi o crescimento da massa de rendimento dos trabalhadores, que subiu 2,4% no trimestre (mais R$ 7,70 bilhões), ao total de R$ 332,6 bilhões em remunerações pagas no período.

No comparativo anual, o aumento foi de 7,70% (mais R$ 23,6 bilhões).

Esse crescimento da massa de rendimento foi atribuído principalmente ao aumento no número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos, apesar de o rendimento médio não ter apresentado variação significativa em relação ao trimestre anterior, em R$ 3.255,00.

Adriana Beringuy explica que, apesar da estabilidade no rendimento médio, o aumento da massa de rendimentos reflete a expansão do mercado de trabalho, com mais pessoas empregadas e com salários.

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