A população mundial, na média, hoje está salomonicamente dividida entre campo (50%) e cidade (50%). Isto na média, porque no Brasil, por exemplo, 80% já se concentram nas cidades e apenas 20% ficaram no campo. Os números redondos são parte da palestra do professor e consultor Claudio Andrade realizada para alunos de contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), por “live”, ao retratar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), destacando a ODS 11–Cidades e Comunidades Sustentáveis.

Em setembro de 2015, nada menos que 193 países se comprometeram, na ONU, com a agenda 2030, promovendo medidas transformadoras para minimizar as mudanças climáticas. “Pessoas, Parcerias, Planeta, Paz e Prosperidade são os eixos dessa transformação”, destacou o palestrante, orientando os alunos a buscar mais informações.

O fato, segundo ele, é que no Brasil (atual) temos apenas seis cidades que podem ser consideradas sustentáveis: Curitiba, João Pessoa, Paragominas, Extrema, Londrina e Santana de Parnaíba. “Falta um maior engajamento de toda a sociedade para diminuirmos a distância entre o desejado e a realidade atual”. Então, mãos a obra.

MINERAÇÃO

Agência Nacional de Mineração (ANM) publicou o edital da 1ª Rodada de Disponibilidade de Áreas, por meio do qual oferta 502 áreas para fins de pesquisa. Objetivo é selecionar interessados em dar prosseguimento a projetos já outorgados a terceiros, mas que, por algum motivo – como indeferimento de requerimento de título minerário – retornaram à carteira da ANM, informa a Agência Brasil de Notícias.

A rodada dá início à oferta regular de áreas já no novo formato. Estima-se hoje a existência de mais de 57 mil áreas na carteira da ANM, com represamento de investimentos em pesquisa e lavra mineral.

GÁS

A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto de lei 6407/2013, que institui o marco regulatório do gás natural – também conhecido como “Nova Lei do Gás”. O texto seguirá agora para análise do Senado. Intenção é promover a abertura do mercado, a fim de criar atração a novos investimentos e aumento da oferta. A urgência para a votação do projeto foi aprovada no final de julho.

ENERGIA

A Unipar, líder na produção de cloro, soda e PVC na América do Sul, e a AES Tietê, uma das principais geradoras de energia renovável, acabam de constituir uma joint venture para a geração de energia eólica. A proposta é reforçar a estratégia da indústria química na busca de soluções energéticas sustentáveis para o seu negócio. A parceria iniciará com a construção de um complexo de geração de energia eólica, no próximo ano, com capacidade instalada de 155 MW médios, algo equivalente a 78 MW médios de energia assegurada a P50, nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci – todos no estado da Bahia.

AMAZÔNIA

Dia 5 de setembro comemorou-se o Dia da Amazônia. Pegando uma carona na data, a Advocacia-Geral da União  soltou nota à imprensa informando que a AGU já obteve bloqueio superior a R$ 500 milhões de grandes desmatadores da floresta. Ou, para ser exato, R$ 570 milhões, em 45 ações ajuizadas no período de um ano de criação da Força-Tarefa.

O objeto das ações civis públicas é a reparação do dano ambiental oriundo do desmatamento de cerca de 34.000 hectares na Amazônia Legal. O custo correspondente a tal reparação, somado, ultrapassa a cifra de R$ 1,3 bilhão de reais. Não custa lembrar que a Amazônia é o habitat natural de aproximadamente 40.000 espécies de plantas, milhares de diferentes insetos, 1.294 espécies de aves, 427 mamíferos, 400 anfíbios e cerca de 3.000 espécies de peixes.

ZONA

Depois de visitar a Zona Franca, em Manaus (AM), equipe da Suframa-Superintendência da Zona Franca de Manaus, vinculada ao Ministério da Economia, informa que os dados coletados apontam para o reaquecimento da produção naquela região. A fábrica da sulcoreana Samsung, por exemplo, informou que a produção de televisores e smartphones neste ano já supera o registrado em igual período de 2019. Empregando 5.000 pessoas, a empresa apresentou à comitiva visitante as ações sociais promovidas em Manaus e região.

CARNES

A Marfrig comunicou ao mercado a assinatura de Acordo de Intenções não vinculante com a Associação Paraguaia de Produtores e Exportadores de Carne para, em conjunto, constituírem uma nova sociedade no vizinho país com o objetivo de explorar potenciais investimentos no Paraguai.
 
De acordo com a companhia brasileira, listada na B3, a  participação da Marfrig na nova sociedade será de 85%, com 15% do capital social pertencentes à APPEC. Os investimentos da Marfrig poderão atingir 100 milhões de dólares norte-americanos em um período de até 24 meses.

AUDITOR

Foi iniciada a revisão prevista da norma internacional sobre o Relatório do Auditor, cujo formato atual é de 2016, desenvolvido pelo International Auditing and Assurance Standards Board (IASB). “A Revisão do Relatório do Auditor pode afetar o processo de disclosure, questão de grande interesse para as companhias abertas, e pode ter impacto sobre os custos, o que é preocupação para todas as empresas”, afirma a Associação Brasileira das Companhias Abertas.

Para debater o tema, a Abrasca realizará webinar (gratuito) de uma hora sobre “Revisão do Parecer do Auditor”, no dia 16 próximo, com o palestrante Valdir Coscodai, sócio da PwC.

DEBÊNTURES

Preocupada com a burocracia, a Associação Brasileira das Companhias Abertas estuda uma proposta para ser enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) visando a redução do prazo de análise e o número de documentos exigidos para a emissão debêntures.

De acordo com a associação, a ideia é estimular o mercado desses títulos.

RELATO

“GRI e Capitalismo de Stakeholders” é o tema proposto pela Comissão Brasileira do Relato Integrado para uma webinar no dia 09/09.  Inscrições, gratuitas, pelo link https://relatointegradobrasil.com.br/webinar-gri-e-capitalismo-de-stakeholders-09-09-14h30/

EESG

O termo EESG, contemplando o “Economic” à sigla ESG (Environmental, Social and Governance) foi definitivamente incorporado pela Revista RI, publicação focada nas Relações com Investidores.

Parceira do Portal Acionista, a revista traz o tema em destaque na edição de setembro. A matéria supera 10 páginas e estará circulando, no formato impresso, até o final da semana. Confira a edição digitalizada no link: https://www.revistari.com.br/setembro2020.pdf

PAGUE MENOS

As Farmácias Pague Menos (ticker PGMN3),  terceira maior rede de farmácias do Brasil, concluíram no último dia 2 a sua oferta pública inicial (IPO) na B3. Em formato de “live”, evento registrou a captação de R$ 800 milhões pela companhia, na oferta.

Com a realização de seu IPO, a Pague Menos passa a ser a 147ª empresa listada no Novo Mercado.

CONSTRUÇÃO

Subsidiária da Cyrela (que detém 45% do capital), a Lavvi fez seu IPO também na semana que passou. Realizada no formato “live”, a oferta captou R$ 1,16 bilhão. De acordo com sua direção, os recursos serão direcionados para a aquisição de terrenos, financiamento de despesas administrativas, de marketing e de vendas, além do capital de giro.

Sob o ticker LAVV3, a companhia passa a ser a 148ª listada no Novo Mercado da B3.

M&A

De janeiro a agosto deste ano o escritório Cescon Barrieu participou da movimentação de R$ 10,9 bilhões em processos de fusão e aquisição. E o que chama a atenção é que 10% do valor está concentrado na Bahia, revelando  um mercado aquecido na boa terra.

As empresas das áreas de saúde, tecnologia e educação estão entre as mais procuradas para a entrada de grandes grupos no mercado baiano.

ARTIGO

Como as OSCs podem contribuir na gestão ESG?

(*) Renata Chagas

Um dos princípios fundamentais da gestão em Sustentabilidade é o de que não fazemos nada sozinhos. E a realidade é que a pandemia trouxe à tona uma reflexão ainda mais fortalecida sobre nosso propósito na sociedade, como cidadãos e colaboradores das organizações, empresas e instituições.  E passamos a ouvir com muito mais frequência a sigla ESG (Environmental, Social e Governance), num movimento global intitulado de great reset, recovering green, ou, reconstrução de um futuro mais planejado e participativo nessas três dimensões essenciais. Como atuo há anos na área, essa feliz ascensão do ESG me trouxe outra reflexão: a de como as Organizações da Sociedade Civil são fundamentais e podem nos ensinar, aperfeiçoar e contribuir nessa jornada de melhores práticas.

No Instituto Neoenergia, temos como principal propósito fomentar o desenvolvimento sustentável, nos pilares Formação & Pesquisa, Arte & Cultura, Biodiversidade & Mudanças Climáticas, Ação Social e Colaboração Institucional. Grande parte dos nossos investimentos está na região Nordeste, área de maior presença da Neoenergia, e, no decorrer desses anos, formalizamos parcerias com muitas OSCs na busca dessas soluções. E se você me pergunta se fomos nós que ensinamos a elas, posso te dizer, com transparência, que nosso aprendizado e troca de conhecimento têm sido mútuos.

ESG não é algo novo, é prática que vem evoluindo nas organizações e empresas, algumas com uma gestão mais avançada, outras no início da jornada. Nesse novo contexto, as OSCs são excelentes vias para ajudar as empresas a pensarem e construírem essas melhores práticas, porque, em sua maioria, já nasceram com um propósito, um ideal para a solução de um problema, e muitas lidam com um financiamento quase sempre escasso, o que exige que revejam, sempre, seu modelo de gestão para atraírem mais investidores sociais e visibilidade para suas causas. Todo esse movimento não é motivado só pela necessidade de financiamento social, mas a cada novo parceiro estimula uma evolução nos projetos, mais conhecimento e realinhamento das metas e objetivos, a partir dessa evolução. Um estágio bem similar ao que o mercado encontra agora como principal desafio nessa gestão.

Em toda essa caminhada, vejo que há muito aprendizado às empresas e às OSCs, na busca das soluções no campo ambiental, social e até mesmo da governança. Nos projetos sociais em que somos parceiros, desde a área ambiental à social, é incrível ver como as soluções são geradas a partir do diálogo, interação e intercâmbio de conhecimento no modelo de gestão, impactando não só no desenvolvimento sustentável para a comunidade, mas resultando na aproximação e conexão dos outros stakeholders, especialmente os colaboradores e investidores.

Neles, se unem realidades distintas, seja por uma visita de um investidor em uma região onde acontece o marco de um projeto, ou no engajamento de novos colaboradores como voluntários em uma ou mais ações. Toda essa conexão dos tecidos sociais evolui em novas reflexões e aprendizado, tanto do lado das empresas quanto das OSCs.

Nesse momento que todos estamos pensando ESG, creio que esse relato é muito produtivo e fundamental, e impacta até mesmo na revisão das políticas e diretrizes de governança, que, indiretamente, refletem na redução de desigualdades, na gestão focada em equidade e diversidade. Gestão ESG é desafio, mas tenho a certeza de que as OSCs são boas parceiras para alcançarmos as metas que definimos ou que ainda vamos estabelecer nessa jornada.

(*) Renata Chagas é profissional de comunicação, sustentabilidade e relações institucionais. Jornalista pós-graduada em Comunicação Empresarial pela ESPM e em Comunicação e Imagem pela PUC-Rio, é diretora-presidente do Instituto Neoenergia.

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