Segundo a análise, o governo brasileiro implementou um amplo pacote de estímulos para atenuar os efeitos econômicos da pandemia, em volume semelhante aos de algumas economias desenvolvidas.
O IIF explica que as medidas expansionistas limitaram o choque causado pela covid-19, mas deixaram pouca margem para manobra. “A dívida pública já era alta e cumprir a regra fiscal do Brasil requer anos de cortes sustentados de gastos”, pontua.
Para financiar o passivo, o País retirou depósitos do Banco Central, que, por sua vez, colocou mais títulos públicos no mercado por meio de operações de recompra (repo). “Redução de depósitos no BC evita emissão de dívida, mas a operação aumenta o dinheiro em circulação. O BC então esteriliza por meio de acordos de recompra reversa para manter inalterada a posição da política monetária”, ressalta.
Como as operações são de 20 dias, em média, esse esquema pressupõe empréstimo de curtíssimo prazo à taxa Selic, argumenta o IIF.
O vencimento médio dos papéis caiu de forma acentuada e, em setembro, estava em 2 anos, não muito acima do 1,5 ano registrado na crise de 2002. “Dito isso, o cenário externo é radicalmente diferente agora. A dívida externa é uma ordem de magnitude menor, o déficit em conta corrente é pequeno (contra 4,2% do PIB em 2001) e os colchões de reserva são sólidos agora”, compara.
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