CENÁRIO EXTERNO: VÍRUS X ESTÍMULOS

Mercados… Mercados asiáticos iniciaram a semana mistos, com destaque positivo para a bolsa de Xangai (+3,1%), que voltou a avançar de forma acentuada nesta 2ªf. Na zona do euro, bolsas amanheceram sem direções claras. O Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente europeu, avança ligeiros 0,1% até o momento. Nos EUA, futuros de NY também oscilam em torno da estabilidade, sem grandes destaques, enquanto o dólar (DXY) continua se desvalorizando contra seus principais pares. Por fim, no plano das commodities, ativos acompanham a falta de direção verificada nos mercados acionários. O preço do petróleo (Brent Crude) recua 0,9%, ainda negociado em torno dos US$ 43,00/barril.

Vírus vs. Estímulos… Bolsas globais iniciaram a semana sem direção única, oscilando em torno da estabilidade enquanto investidores digerem as novidades do final de semana. Por um lado, a sinalização de que as negociações em torno do fundo emergencial de recuperação econômica teriam se aproximado de um consenso no final de semana animou os mercados. O euro se valorizou ao patamar mais alto dos últimos 4 meses e importantes indicadores de risco do bloco recuaram ao menor nível desde março. Na outra ponta, o aumento do número de novos casos se manteve como principal risco para a recuperação econômica nos EUA. No pano de fundo, o investidor aguarda a retomada das conversas em torno do novo pacote de auxílio fiscal nos EUA a partir desta 2ªf. O novo incentivo pode chegar a liberar até US$ 1 trilhão na economia.

Fundo europeu… O fundo de recuperação econômica apresentado pela Comissão Europeia em maio parece ter registrado grandes avanços ao longo do fim de semana. O encontro de líderes europeus aconteceu na Bélgica e, após árduas negociações, os quatro principais opositores da medida parecem ter aceitado as últimas condições. O pacote, da forma que foi apresentado, liberaria EUR$ 750 bilhões em forma de auxílio emergencial aos países membros, EUR$ 500 bilhões em subvenções e EUR$ 250 bilhões em empréstimos baratos. O grande conflito teria sido essa divisão, com países doadores líquidos do bloco como Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia demandando que menos dinheiro fosse entregue em forma de subvenções.

Até o fim do mês… Assim, os líderes teriam acordado que “apenas” EUR$ 390 bilhões seriam liberados em forma de subsídios e o restante seria passado como empréstimos. Na esteira da fala de importantes líderes da região, investidores aguardam ansiosamente pelo novo encontro que está agendado para hoje. O mercado espera o anúncio até o fim do mês, mas pelo que parece, a medida poderá ser encaminhada já nesta 2ªf.

Los Angeles em apuros… O ressurgimento da pandemia continua assolando os estados do cinturão do sol (Sun Belt) nos EUA. Ao longo do final de semana, o estado da Flórida continuou em foco, com novo crescimento do número de novos casos. Na Califórnia, o prefeito da cidade de Los Angeles admitiu que novas restrições de isolamento social serão apresentadas em breve na falta de uma melhora do quadro sanitário. Ao mesmo tempo, do outro lado do planeta; o aumento de novos casos em Hong Kong também já obrigou formuladores de política a adotar medidas de isolamento social. Atualmente, estão em vigor restrições a bares, restaurantes e academias na região sulista da China.

Na agenda… Em semana de agenda morna de indicadores econômicos, a temporada de resultados corporativos rouba a cena nos EUA. Grandes empresas do setor de tecnologia, como Microsoft e Intel, divulgam seus balanços em semana que também contará com os resultados da Unilever e do UBS. Ao longo da semana, o investidor também avalia a confiança do consumidor na zona do euro (3ªf) e as leituras preliminares de julho do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Instituto Markit na Europa e nos EUA (6ªf).

BRASIL: GOVERNO APRESENTA PRIMEIRO ESTÁGIO DA REFORMA TRIBUTÁRIA

Pontapé da reforma tributária… Os debates em torno da reforma tributária devem dominar as manchetes da presente semana. Na terça-feira, o ministro Paulo Guedes (Economia) deve pessoalmente apresentar a primeira contribuição do governo ao Congresso, ato cerimonial que marcará a retomada oficial da construção da complexa proposta reformista. O projeto que será aprestando neste dia só deve tratar da união de dois tributos federais (PIS e Cofins).

Algo positivo em 2020… Em ano onde a retomada dos trabalhos no Congresso coincidiu com a chegada ao Brasil da crise sanitária do coronavírus, poucos avanços foram registrados fora os projetos que visavam conter a covid-19 e seus respectivos impactos econômicos. A reforma tributária representa uma oportunidade para avançar a pauta de projetos estruturantes prometidos pelo então novo governo no início de 2019.

Competindo por espaço limitado… Além de ter de tratar do que resta das medidas relacionadas ao coronavírus, o Executivo também busca avançar outras pautas complexas este ano, como a reformulação do Bolsa Família. Para o governo, o ideal seria registrar ganhos nas suas pautas prioritárias antes de setembro, quando começam as convenções partidárias e o mundo político migra as suas atenções do exercício legislativo para as eleições municipais.

Corrida contra o tempo… Caso o Congresso pretenda manter viva a esperança de uma promulgação relacionada ao tema ainda em 2020, a Comissão Mista que analisa a reforma tributária terá de rapidamente construir um consenso em torno de um único projeto. A insistência em uma reforma mais ambiciosa e coesa, em vez de uma iniciativa faseada que começa com as alterações menos contenciosas, garantirá que nada relacionado á reforma tributária será aprovado em 2020.

Câmara deve votar MP que financia folha de pagamento… Entre os itens que se encontram na pauta da Câmara dos Deputados, que só deve votar projetos na segunda e terça, está a MP 944/20, que concede linha de crédito para empresas pagarem a folha salarial durante a quarentena. A medida já fez a sua primeira passagem pela Câmara e foi aprovada pelo Senado; mas ainda resta a análise das emendas feitas pelos Senadores antes que ela seja aprovada definitivamente.

Na agenda… A agenda local também traz poucas novidades, com destaque para a divulgação do IPCA-15 referente ao mês de julho (dados coletados de 16/jun a 15/jul). Nesta 2ªf, as atenções se voltam para o boletim Focus do Banco Central, que traz as atualizações das projeções econômicas do mercado (8h25).

E os mercados hoje?… Bolsas internacionais iniciaram a semana sem direções claras, com investidores avaliando a promessa de novos estímulos nas economias europeia e americana contra a crescente preocupação em torno do ressurgimento da pandemia e seus impactos sobre a recuperação econômica. No Brasil, cresce a expectativa pelo envio do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso, movimento esperado para esta 3ªf segundo prometeu Paulo Guedes. Assim, esperamos um dia de viés neutro/negativo para ativos de risco locais, que poderão devolver parte dos ganhos da 6ªf para um movimento de realização de lucros, na falta de grandes drivers positivos.

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