Se você já passou pela situação de não conseguir pagar a fatura do cartão de crédito integralmente, é provável que tenha se deparado com o crédito rotativo. Essa modalidade pode parecer uma solução temporária, mas esconde armadilhas que podem prejudicar sua saúde financeira.

O crédito rotativo é uma opção que entra em ação quando alguém paga apenas uma parte da fatura e deixa o saldo restante para o próximo mês. Esse restante é sujeito a juros elevados, que são cumulativos. Com isso, a dívida cresce rapidamente e se torna quase impossível de controlar.

Segundo Fábio Murad, sócio-diretor Ipê Investimentos, “os juros rotativos são uma das principais dores de cabeça para os consumidores que utilizam essa modalidade de crédito. Eles acumulam rapidamente e transformam uma pequena dívida em uma bola de neve gigante. É essencial ter um bom planejamento financeiro e evitar ao máximo cair nessa armadilha”.

 

Como os juros são calculados

Os juros são calculados com base no saldo não pago da fatura do cartão de crédito, isso significa que ele só incide no valor que falta pagar, ou, como chamado, saldo rotativo.

O cálculo é feito com base na taxa de juros anual do cartão de crédito, geralmente mencionada como uma taxa percentual anual (APR). Esta taxa é dividida por 365 para determinar a taxa de juros diária, que é, então, aplicada ao saldo do cartão para calcular quanto é preciso pagar.

Vale ressaltar que, com a nova regra implementada em 2017, os juros só podem ser aplicados ao saldo rotativo uma única vez. Se ele não for pago integralmente na fatura seguinte, o banco deve oferecer uma linha de crédito com uma taxa de juros mais baixa para o parcelamento da dívida. Essa mudança visa proporcionar opções mais viáveis para que os consumidores consigam quitar suas dívidas sem cair na inadimplência.

 

Impacto na Pontuação de Crédito

O uso frequente do crédito rotativo impacta de forma negativa sua pontuação de crédito, também conhecida como score. Este é um indicador essencial para as instituições financeiras avaliarem a capacidade de pagamento de um indivíduo.

Bancos e empresas de cartão de crédito interpretam o uso constante desse tipo de crédito como um sinal de má gestão financeira, que pode ser vista como uma incapacidade de controlar os gastos e cumprir com as obrigações financeiras, o que indica um alto risco de inadimplência.

Isso dificulta a obtenção de outros tipos de empréstimos ou financiamentos no futuro, pois as instituições financeiras podem ser mais cautelosas ao conceder crédito a indivíduos que demonstram tais comportamentos.

Para evitar o Crédito Rotativo, existem algumas opções, como um empréstimo pessoal ou o crédito consignado. Estes geralmente possuem taxas de juros menores e são uma alternativa viável para quitar a dívida. Além disso, as parcelas da segunda opção são descontadas diretamente da folha de pagamento ou benefício.

 

Dicas para evitar problemas

Para evitar o uso descontrolado do crédito rotativo, aqui estão algumas dicas úteis:

Se não for possível pagar a fatura integralmente, entre em contato com o banco e negocie um parcelamento da dívida com juros menores.

Mantenha um controle rígido dos seus gastos para evitar a utilização desnecessária do crédito rotativo.

Evite compras parceladas que podem comprometer seu orçamento futuro.

Invista o dinheiro que você conseguir poupar, em vez de deixá-lo parado na conta-corrente.

“Vale a pena usar o crédito rotativo? Não. Os juros rotativos são prejudiciais para o seu bolso e corroem as suas economias ao longo do tempo. Portanto, o melhor a fazer é evitar essa situação, planejando e controlando seus gastos”, conclui Murad.

 

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