Ranking de Ações: B3SA3 aparece em último lugar com baixa de -4,34%.

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🌎 CENÁRIO EXTERNO

Pé no acelerador

Mercados

Mercados asiáticos encerram a sessão de ontem majoritariamente em terreno positivo e sem grandes destaques. Na zona do euro, os índices Stoxx 600, que agrupa uma gama de ativos ao redor do continente europeu, sobre cerca de 0,30%, enquanto futuros em NY ensaiam uma abertura na direção contrária para ativos de risco americanos. O dólar se fortalece contra seus principais pares, em linha com o movimento altista do juro do título de 10 anos americanos, que já ultrapassa o crítico limiar de 1,70%. No plano das commodities, ativos se mantém próximos da estabilidade. Destaque para o preço do petróleo (Brent Crude) que cai 0,35% e é negociado em torno dos US$ 67,76 por barril.

Decisão de política monetária nos EUA

Sem grandes surpresas, o Fed manteve o juro próximo de zero e reiterou a continuidade na expansão de seu balanço a um ritmo de US$ 120 bi por mês. Como de costume, o comitê de política monetária do Fed, o FOMC, voltou a citar o progresso, ainda incompleto; em torno dos objetivos da autoridade monetária: inflação na meta média de 2% e economia operando acerca, ou até acima, do pleno emprego.

Dovish Powell

Em sua coletiva de imprensa logo após a decisão, Jerome Powell fez questão de enfatizar recorrentemente que, ao contrário do passado, tal progresso não está sendo entendido como uma melhora nas projeções do banco, e sim como progresso real observado em dados concretos sobre a economia. Como o Fed ainda não observou progresso substancial em torno de seus objetivos, Powell reforçou que ainda é cedo para começar a falar ou pensar sobre um possível aperto monetário, seja por via de um aumento do juro, seja por via de uma redução no ritmo de compra de ativos públicos e privados. Em essência, o Fed voltou a adotar uma postura bastante dovish, como de fato dita seu novo framework de política monetária.

Mudança das projeções

Além disso, O Fed revisou suas projeções para a economia americana. Em linha com a expectativas de rápida vacinação e implementação de estímulos, a mediana das projeções de crescimento do PIB dos governadores do banco passou de 4,2% para 6,5% em 2021. A expectativa de inflação, para o mesmo ano, foi de 1,8% para 2,4%; em essência refletindo um resultado desejável para a autoridade monetária, que busca colocar a inflação acima de 2% por algum tempo de forma a deixar a média da inflação próxima deste valor. Quanto à trajetória futura do juro básico, a maiorias dos membros do FOMC esperam um aumento apenas depois de 2023; embora alguns membros tenham mudado o vota, preferindo sinalizar o ciclo do aperto monetário em 2022.

Reação dos mercados

Mercados de renda variável reagiram positivamente à decisão do Fed e ao discurso dovish de Powell, encerrando o dia com leve variação positiva. Não obstante, a alta das expectativas de inflação – devidamente observada no movimento altista dos juros futuros – continua sinalizando uma divergência de visões entre o Fed e o mercado. Enquanto o primeiro está tranquilo quanto à dinâmica dos preços, o segundo se demonstra cada vez mais sensível à questão.

Olhando para frente

Compreendemos que esta dinâmica deverá se manter, uma vez que o Fed não deverá alterar sua postura; pois seu arcabouço de política monetária – regime de meta de inflação média –, prescreve, no atual momento, a manutenção de uma postura ultra estimulativa. Afinal, colocar a inflação acima de 2% por alguns períodos requer um superaquecimento da economia. O mercado, acostumado a lidar com movimentos preventivos por parte do banco central, tardará para internalizar por completo o novo arcabouço do Fed; e tenderá a ajustar suas expectativas somente com a divulgação de dados de inflação efetivos.

Na agenda

Em dia morno de indicadores econômicos, investidores acompanharão, mais uma vez, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, acompanhados da divulgação dos indicadores antecedentes.

CENÁRIO BRASIL

Pé no freio

Pé no freio

O Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil surpreendeu nossas expectativas– e as do mercado – ao elevar a taxa Selic em 75 pontos base. A alta mais intensa da taxa ocorreu em virtude de uma preocupação com o não cumprimento das metas de inflação para o horizonte relevante da política monetária. Como comentamos em outra oportunidade, ao elevar a taxa agora, o Copom reduz o risco de contaminação das expectativas de inflação para 2022 em virtude de todas as incertezas fiscais e políticas que rodeiam o país. Ao sinalizar mais um corte de igual magnitude na próxima reunião, o Copom pretende reforçar o impacto deste movimento sobre as expectativas futuras.

*Confira a análise completa da decisão do Copom – incluindo o seus impactos sobre diversos ativos financeiros e os principais destaques do comunicado pós decisão – no Flash Macro 17/03, acessível no nosso aplicativo “O Guia Financeiro” ou no site www.oguiafinanceiro.com.br.

Derrubadas custosas

Em preparação para a votação do Orçamento de 2021 – uma pendência da sessão legislativa de 2020 que não foi votada devido a uma antecipação da disputa pela presidência da Câmara – o Congresso analisou uma série de vetos que travavam a pauta da sessão conjunta das duas casas do Legislativo. A derrubada mais controvérsia da noite resultará na anistia de R$ 1 bilhão em dívidas tributárias de igrejas. Apesar de vetar o trecho, citando a necessidade de aderir a Lei de Responsabilidade Fiscal; o presidente Jair Bolsonaro defendeu a derrubada da própria canetada que resultou na renúncia bilionária. Também foi derrubado um trecho da nova Lei de falências que resultará em receitas perdida pela União; além de outros vetos que possibilitarão a expansão de gastos de ministérios e para emendas parlamentares.

Veto do marco do saneamento

Na ponta positiva, um veto de interesse do mercado que tende a favorecer a privatização de empresas estaduais de saneamento (SBSP3 e CSMG3) foi mantido pelos parlamentares. O trecho (artigo 16), que foi removido do Novo Marco do saneamento por uma canetada do presidente, viabilizaria a renovação de contratos firmados entre municípios e estas estatais, efetivamente postergando os efeitos do marco regulatório, que visa alentar a participação de empresas privadas no setor, por até 3 décadas.

Redução no imposto de importação

O governo anunciou ontem (17) uma redução de 10% no tributo de importação de uma longa lista (1.495) de produtos que incluem itens de informática, telecomunicações, máquinas e equipamentos. A medida deve resultar em uma renúncia de R$ 1,4 bi/ano. Celulares, computares, guindastes, retroescavadeiras, contêineres e uma ampla gama de máquinas tipicamente usadas no chão de fábricas devem ficar ligeiramente mais baratas como resultado da decisão tomada pelo Comitê-Executivo de Gestão da Câmera de Comércio Exterior do Ministério da Economia.

Abertura linear

Segundo o secretário Roberto Fendt, a redução no tributo de importação faz parte de uma estratégia de abertura linear da economia que substitui incentivos para setores específicos. As projeções da pasta da economia indicam que esse processo; que deve incluir subsequentes reduções, pode agregar R$ 150 bilhões ao PIB e criar 20 mil empregos nos próximos de 15 anos.

Na agenda

Localmente, a agenda econômica desta mais uma leitura do IGP-M; que, na divulgação da segunda prévia, deve mostrar leve desaceleração na margem de 2,29% para 1,99%. O aumento nos preços dos combustíveis será o principal responsável por pressionar o IPA, que tem participação de 60% na composição total do índice. O elevado patamar do dólar também segue colocando considerável pressão de custos sobre o IPA, mantendo o IGP-M com inflação bastante acentuada.

E os mercados hoje?

Ativos internacionais iniciam o dia em tom misto, enquanto digerem mais uma decisão de política monetária do BC americano. Os yields já iniciam o dia em alta, refletindo a manutenção do expectativas de inflação em alta, e carregam grande potencial de impacto negativo sobre os mercados de renda variável. Aqui no Brasil, a surpresa em torno da decisão do Copom tem potencial de apreciar a taxa de câmbio; promover um achatamento da curva de juros e contribuir para a valorização do índice Bovespa. Não obstante, seguem pesando as incertezas política. Com isto, esperamos mais um dia de viés neutro/positivo para ativos de risco domésticos.

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