A Copel registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no 4T20 (+88,4% versus o 4T19) acumulando em 2020 um lucro líquido de R$ 3,9 bilhões e crescimento de 89,5% em relação a 2019 (R$ 2,1 bilhões). O destaque ficou com a significativa melhora do resultado operacional, tanto no trimestre quanto no exercício de 2020. Lembrando que esses valores consideram os efeitos da “operação descontinuada” da Copel Telecom.
Com base nos resultados o Conselho de Administração aprovou a distribuição de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) intermediários de R$ 1,5 bilhão, equivalente a 40% do lucro líquido ajustado de 2020. Deste montante, (i) o valor de R$ 1,37 bilhão será creditado sob a forma de dividendos e (ii) o valor bruto de R$ 134,2 milhões sob a forma de JCP. Os Proventos terão como base a data de 31 de março de 2021, de modo que as ações passarão a ser negociadas “ex” proventos a partir de 1.º de abril de 2021. O retorno líquido estimado é de 7,8%.
Ontem (17/03) o Conselho aprovou o Programa de Units compostas por 5 ações de emissão da companhia, sendo 1 ON (CPLE3) e 4 PNB (CPLE6); e que inclui a possibilidade de conversão de ações na razão de 1 ON para 1 PNB ou PNA (e vice-versa). Período de Solicitação será de 22 de março de 2021, inclusive, e 20 de abril de 2021.
Ao preço de R$ 6,98 a ação CPLE6 registra queda de 6,9% este ano. O Preço Justo de R$ 7,50/ação traz um potencial de alta de 7,4%.
Destaques
O mercado a fio cresceu 3,3% no trimestre para 9.019 GWh e queda de 1,8% em 2020 para 30.079 GWh. A receita líquida cresceu 30,8% no 4T20 para R$ 5,7 bilhões e 17,4% em 2020 para R$ 18,6 bilhões.
O EBITDA somou R$ 1,3 bilhão no 4T20 (margem de 23,1%) e R$ 5,3 bilhões em 2020 (margem de 28,2%). No trimestre o crescimento de 26,5% refletiu o incremento de 82,5% na linha “suprimento de energia elétrica”, decorrente, principalmente, da comercialização de 564 GWh de energia produzida pela UTE Araucária (“UEGA”) no 4T20 e do maior volume de energia vendida em contratos bilaterais pela Copel Mercado Livre. Some-se o crescimento de 3,3% no mercado fio da distribuidora, a revisão tarifária periódica e o reajuste tarifário nos contratos de transmissão. Destaque também pelo registro líquido de R$ 178,2 milhões em reversões de provisões, parcialmente compensado pelo aumento de 32,5% em “energia comprada para revenda”.
Em 2020, o EBITDA com operações descontinuadas cresceu 28,9% em relação a 2019, enquanto que, desconsiderando os efeitos não recorrentes, o EBITDA ajustado cresceu 20,2%. O ROE foi de 28,1% no 4T20 (+12,7pp) e de 26,5% em 2020 (+10,6pp).
Os investimentos somaram R$ 620,2 milhões no 4T20 e R$ 1,8 bilhão em 2020. Já em 2021, a Copel pretende realizar investimentos no montante de R$ 1,9 bilhão.
Ao final de dez/20 a dívida líquida da companhia era de R$ 6,4 bilhões (1,3x o EBITDA), em linha com o trimestre anterior e abaixo de R$ 8,2 bilhões em dez/19 (2,0x o EBITDA).