À medida que nos aproximamos da COP 30 – a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que, em 2025, será em Belém (destacando a importância simbólica da região) –, cresce a expectativa em torno das discussões que definirão o rumo das políticas ambientais e sociais para os próximos anos. Esta edição, em particular, surge em um momento decisivo, uma vez que a necessidade de uma transição para um modelo de desenvolvimento mais sustentável e inclusivo é evidente. Mas, para que essa transição seja bem-sucedida, é essencial que o debate inclua a importância das iniciativas sociais que gerem impacto positivo nas comunidades, como o programa Rede Amazônia +Conectada, desenvolvido pelo Grupo +Unidos.

A relação entre políticas ambientais e sociais está cada vez mais clara. De acordo com um estudo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), 70% das estratégias nacionais de adaptação às mudanças climáticas reconhecem a necessidade de integrar ações sociais como parte fundamental das políticas ambientais. Essa integração é vista como essencial para assegurar que as comunidades vulneráveis, especialmente aquelas localizadas em regiões como a Amazônia, possam se adaptar às mudanças e prosperar em um novo contexto climático. Além disso, um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca que o investimento em uma economia verde e inclusiva pode criar até 24 milhões de novos empregos até 2030, desde que sejam implementadas políticas que incentivem o desenvolvimento social e ambiental de forma simultânea.

O Rede Amazônia +Conectada é um exemplo de como projetos sociais inovadores podem contribuir para a sustentabilidade ambiental e social de forma simultânea. O programa tem como objetivo conectar comunidades da Amazônia, promovendo o acesso à informação e à educação por meio da tecnologia. Acreditamos que o acesso ao conhecimento é um dos pilares para a transformação social – e, portanto, para a preservação do meio ambiente. Quando as comunidades locais estão empoderadas e informadas, tornam-se agentes ativos na defesa da floresta e na construção de soluções sustentáveis para os desafios globais.

A expectativa para a COP 30 é de que as lideranças globais compreendam a urgência de apoiar e replicar iniciativas como essa. Precisamos de compromissos firmes que incentivem a criação de programas sociais que tenham o poder de gerar impacto real e duradouro. Quando bem utilizada, a tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para a inclusão social e a preservação ambiental. No entanto, é crucial que esses esforços sejam alinhados a políticas públicas e parcerias estratégicas que ampliem o alcance e a efetividade dessas iniciativas.

A COP 30 não pode ser apenas um palco para discursos grandiosos. Antes, deve ser um marco para a ação concreta, ou seja, um evento que resulte em compromissos claros e ações concretas, destacando a importância de integrar políticas sociais e ambientais de forma eficaz. Esperamos que os debates da conferência reflitam a necessidade de uma nova abordagem, na qual o desenvolvimento econômico esteja intrinsecamente ligado à justiça social e à sustentabilidade ambiental. Programas como o Rede Amazônia +Conectada mostram que é possível construir um futuro em que a inovação e o compromisso social andam de mãos dadas, criando um impacto positivo que reverbera muito além das fronteiras da Amazônia.

Estamos prontos para contribuir com essa visão e esperamos que a COP 30 seja o ponto de partida para uma nova era de cooperação global, onde as iniciativas sociais, a inclusão digital e a sustentabilidade sejam os pilares para um futuro mais justo e próspero para todos.

*Daniel Grynberg é diretor executivo do Grupo +Unidos

No começo de agosto de 2024, Grynberg foi o convidado do Podcast Rio Bravo. Você confere a íntegra do episódio a partir do link a seguir

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