A companhia registrou no 2T20 um prejuízo líquido de R$ 685,1 milhões, um resultado abaixo do esperado, revertendo o já reduzido lucro de R$ 13,9 milhões do 1T20, explicado principalmente por forte aumento das despesas com sinistros e o efeito da desvalorização cambial. No 2T19 a companhia havia reportado um lucro de R$ 397,5 milhões.

Os ajustes devem ainda sensibilizar os números da companhia neste segundo semestre. A insuficiência de liquidez passou de R$ 2,1 bilhões em março de 2020 para R$ 3,4 bilhões em junho de 2020, afetada negativamente pelo prejuízo no trimestre. Dentre os planos da companhia para restabelecer os índices de liquidez regulatória envolvem, além do aumento de capital de R$ 2,3 bilhões; a realização de recebíveis, operações estruturadas e a venda de ativos não financeiros.

A companhia renovou todos os contratos considerados relevantes, de modo a garantir a eficiência e a qualidade dos serviços prestados. Ao final do semestre foi iniciada a ampla depuração de portfólio, visando eliminar negócios com margens negativas ou setores cujos riscos assumidos sejam notadamente superiores aos prêmios recebidos.

O foco é crescer com margem em detrimento da velocidade. Desta maneira, esperam-se impactos na sinistralidade ainda no 2º semestre de 2020 e consequente melhora no resultado de underwriting no longo prazo. Nesse contexto, uma melhor precificação para o papel virá a partir da efetiva retomada dos resultados e do progresso percebido pelo mercado a partir das ações sinalizadas.

Ao final de junho de 2020 o patrimônio líquido da companhia somava R$ 2,88 bilhões e se compara a R$ 3,56 bilhões de março de 2020. Na sexta-feira (28/agosto) a ação IRBR3 fechou cotada a R$ 7,50/ação (2,43x o seu valor patrimonial), com queda de 78.8% este ano.

Destaques

O prejuízo no 1º semestre de 2020 somou R$ 671,2 milhões reflexo da aceleração nos avisos de sinistros em relação ao mesmo período de 2019; principalmente nas linhas de negócios patrimonial e vida, no Brasil, e patrimonial e rural, no exterior. Alguns efeitos ainda sensibilizam o resultado das seguradoras e resseguradoras; dentre eles a redução dos investimentos nesse ambiente de pandemia e a queda de rentabilização das reservas técnicas. Ou seja, uma maior recuperação virá no longo prazo o que deve nortear as expectativas no curto prazo.

Processo de Fiscalização da Susep

A insuficiência de liquidez passou de R$ 2,1 bilhões em março de 2020 para R$ 3,4 bilhões em junho de 2020; afetada negativamente pelo prejuízo no trimestre. Ao final de junho de 2020 (antes da capitalização), o índice de Ativos Garantidores atingiu 79%, o que representa o desenquadramento regulatório. O Índice de Solvência era de 101%.

• Considerando o aumento de capital de R$ 2,3 bilhões, o índice de Ativos Garantidores ficaria em 96% e o Índice de Solvência em 244%. Dentre os planos da companhia para restabelecer os índices de liquidez regulatória envolvem, além do aumento de capital; a realização de recebíveis, operações estruturadas, e a venda de ativos não financeiros.

O IRB mantém em seus ativos, créditos tributários das operações do escritório de Londres. De acordo com a companhia “esses ativos poderiam vir a ser baixados no futuro, ou via impairment baixados parcialmente, no caso em que a companhia desista de utilizar o referido escritório para futura concentração das operações nacionais do IRB Brasil RE. Atualmente, a manutenção do escritório de Londres ainda é justificada potencialmente, uma vez que o Reino Unido é fiscalmente mais eficiente do que o Brasil”.

No 2T20 o volume total de prêmio emitido pelo IRB Brasil RE somou R$ 2,5 bilhões (+8,0% ante o 2T19), sustentado pelo crescimento dos prêmios no exterior dado à variação cambial (+41,4%), que compensaram a queda de 15,6% dos prêmios no Brasil (impactado por menor volume na linha de riscos especiais, rural e outros). No 1S20 o volume total de prêmio emitido cresceu 10,2% para R$ 4,5 bilhões (sendo +40,4% no exterior e -12,7% no Brasil). As despesas de retrocessão somaram R$ 833,0 milhões no 2T20 (+23,3%) e R$ 1,1 bilhão no 1S20 (+1,8%) com forte incremento nas operações no exterior, por conta do comportamento do câmbio, e aumento dos custos de proteção na carteira patrimonial e acordos operacionais (reciprocidade) no rural.

O total de prêmio retido foi de R$ 1,7 bilhão no 2T20, alta de 1,9% em relação ao 2T19; devido ao aumento do volume de prêmio emitido, parcialmente compensado pelo aumento da despesa de retrocessão. No 1S20 o total do prêmio emitido foi de R$ 3,4 bilhões, com aumento de 13,3% em relação ao 1S19; refletindo o aumento do prêmio emitido e a manutenção da despesa de retrocessão no mesmo período.

A principal componente da variação da provisão técnica é a Provisão de Prêmios Não Ganhos (PPNG) que corresponde à parcela do prêmio dos riscos subscritos pela companhia ainda não expirados e que podem gerar sinistros futuros. No 2T20, a variação da provisão técnica totalizou uma reversão de R$17,9 milhões, explicado principalmente pela reversão da provisão técnica no Brasil, a qual está correlacionada à redução do prêmio retido no Brasil e o início da reversão da PPNG referente aos riscos renovados antecipadamente em 2019. Com isso no 1S20 a variação da Provisão Técnica decresceu 52,2% para R$ 191,9 milhões.

Somados todos os efeitos descritos acima o Prêmio Ganho no 2T20 cresceu 25,6% ante o 2T19 para R$ 1,7 bilhão; acumulando R$ 3,2 bilhões no 1S20 com alta de 23,3% frente o 1S19.

No 2T20 o sinistro retido total alcançou R$ 2,3 bilhões, com crescimento de 192,9% em relação ao 2T19; o que representou um aumento de 77,3pp no índice de sinistralidade total, de 58,0% para 135,3% entre os trimestres comparáveis. Este forte aumento refletiu, principalmente, o componente PSL (Provisões de Sinistros a Liquidar), que são os avisos de sinistros que a companhia recebeu no período; e que apresentou um crescimento de 121% em relação ao 2T19, e uma piora no índice de sinistralidade medido pela PSL de 60,7pp.

• No 1S20, o sinistro retido total foi de R$ 3,5 bilhões, um crescimento de 98,3% em relação ao 1S19. Nesta base de comparação o índice de sinistralidade total cresceu 40,8pp, de 67,2% para 108,0%, explicado por atualização de reservas para alguns sinistros vultosos e os ajustes cambiais.

O custo de aquisição no 2T20 totalizou R$ 367,1 milhões, um aumento de 32,8% em relação ao 2T19, reflexo, principalmente; do aumento do custo de aquisição na linha de negócio de vida, tanto no Brasil quanto no exterior.

O resultado financeiro apresentou queda de 60,6% em relação ao 2T19, de R$ 124,4 milhões para R$ 50,2 milhões, devido primordialmente ao saldo menor de aplicações financeiras, que se reduziu de R$ 5,1 bilhões em 30 de junho de 2019 para R$ 4,7 bilhões em 30 de junho de 2020 e pelo impacto da redução das taxas de juros no período.

Já o resultado patrimonial no 2T20 registrou queda de 100,9% em relação ao 2T19, devido ao reflexo dos desinvestimentos em shopping centers realizado pela companhia durante 2019 e o 1T20 e o impacto positivo de R$ 107,1 milhões referente à receita auferida na venda do Minas Shopping no resultado do 2T19.

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