Termômetro da segurança da economia de uma nação, a taxa de câmbio deve continuar pressionada ao longo deste ano, de acordo com economistas e analistas de mercado. Os danos que seguem sendo causados pela pandemia no Brasil, onde o combate ao coronavírus é deficiente em relação aos países desenvolvidos e mesmo aos vizinhos sul-americanos, reforçam o receio de mais um ano de baixo crescimento e risco fiscal.

São fatores que devem manter o dólar no patamar acima de R$ 5 – a última projeção do Boletim Focus do Banco Central é que a moeda americana feche 2021 a R$ 5,05. Hoje, a moeda está na casa de R$ 5,60.

“No curto prazo, o câmbio seguirá pressionado, no patamar de R$ 5,50 ou R$ 5,60, muito em razão da situação fiscal do Brasil, as indefinições com as reformas e a relação entre Executivo e Legislativo”, projeta Lucas Dezordi, gestor da Trivella M3 Investimentos. Ele acrescenta que o movimento de aquecimento da economia mundial e a pressão de alta nos juros em diversos países é mais um fator que pressionará a moeda americana no Brasil. “É um tipo de movimento que gera um reposicionamento de investidores, com pouca entrada de dólar no Brasil”, acrescenta.

Um fator, no entanto, pode ajudar a baixar o patamar de dólar e euro: uma eventual alta na Taxa Básica de Juros (Selic). Caso o Banco Central decida revisar para cima a taxa, hoje em 2%, investidores internacionais poderão ver atrativos no mercado financeiro brasileiro para investirem. Hoje, o país concorre, com seus juros no menor nível da história, com economias mais maduras, como os Estados Unidos, mas sem oferecer a mesma segurança. Analistas apostam que a Selic chegue ao final de 2021 a 4% ao ano, em uma tentativa do BC de frear a inflação.

“Estamos vendo a inflação ficar mais alta e a tendência dos juros seguindo pelo mesmo caminho. A Taxa Selic atual está errada dada as condições de inflação e câmbio, por isso acreditamos que ela começará a subir já a partir de março”, afirma Eduardo Guimarães, especialista em Ações na Levante Investimentos. Além da questão da inflação, Guimarães avalia que haverá pressão crescente para um ajuste no juro para chamar de volta o investidor estrangeiro.

Investidores podem aproveitar esta projeção de variação cambial para procurarem lucro ou para protegerem seus recursos em momento de crise internacional persistente. Duas das opções mais populares são os Fundos Cambiais (que procuram replicar a mudança no valor do dólar) e Fundos Multimercados com exposição internacional. Há alternativas relativamente baratas em ambos casos, aceitando aplicação inicial de R$ 1 mil. É preciso, no entanto, cuidar com a taxa de administração: acima de 1% ao mês pode pesar em demasia na conta, uma vez que o lucro ainda tem o abatimento do Imposto de Renda (IR).

Outras alternativas é negociar contratos de câmbio via mercados futuros (por contratos derivados do câmbio), ETFs (Exchange Traded Fund, também um tipo de fundo de investimento cujo foco está em acompanhar e replicar um índice econômico) ou mesmo na compra direta de papel-moeda.

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