O tombo na bolsa nas últimas semanas em razão do coronavírus pode ser uma oportunidade de entrada para investidores que estavam olhando no mercado de capitais, mas reticentes com o inflacionamento recente das ações. Especialistas em investimentos avaliam que empresas com fundamentos sólidos e gestão eficiente têm mais chances de atravessarem a turbulência e amenizarem o prejuízo, tornando-se uma atração no longo prazo para aplicações financeiras.

A lógica é que a bolsa ficou muito mais barata agora, com o Índice Bovespa (Ibovespa) na casa dos 60 mil pontos. Em fevereiro, estava no teto recente, próximo dos 120 mil pontos. De forma rasa, pode-se supor que quem comprar uma ação hoje poderá duplicar o lucro quando o mercado de capitais voltar aos patamares de um mês atrás. “Indico que os investidores vão às compras, porém de forma moderada, comprando aos poucos e tendo ciência que as cotações podem cair ainda mais antes de voltarem a subir”, avalia Caio Fernandez, CEO da Ivest, consultoria de investimentos.

Via de regra, analistas ainda não se sentem confortáveis para nomear empresas que podem se recuperar mais rapidamente, haja vista que o fundo do poço ainda é uma incógnita. Por isso, a sugestão é diversificar e ir comprando aos poucos, para diluir os riscos. Fernandez lembra que é importante ter em mente que compra de ações significa uma parcela pequena de seu patrimônio e que tal valor não será utilizado no curto prazo.

André Fogaça, sócio-fundador do GuiaInvest, avalia que o coronavírus pode ser o melhor ponto de entrada na bolsa brasileira em 2020. “Compreendo que os acontecimentos recentes deixam qualquer investidor de bolsa apreensivo, para não dizer algo pior. A questão é que depois disso a vida continua e veremos no segundo semestre um efeito de uma mola comprimida”, acredita Fogaça “O Coronavírus não muda o longo prazo”, insiste.

Pegando como ponto de partida a crise financeira de 2008, que derrubou muitas ações no mundo inteiro, o especialista lista aquelas que melhor se recuperaram nos dez anos seguinte, e renderam valorização acima de 2500% aos investidores no intervalo, caso das Lojas Renner. Ele também menciona Raia Drogasil, Ambev, Sanepar e Guararapes como companhias que conseguiram se recuperar bem com a retomada do consumo e a sólida estrutura corporativa.

Conforme a XP Investimentos, a entrada de clientes na bolsa ou o reforço de posições deve ser feita gradualmente, haja vista que ainda há risco de a bolsa cair ainda mais. Também tomando como base a crise de 2008, a empresa mostrou que quem diluiu os investimentos ao longo de seis meses a partir de setembro daquele ano ganhou 48% a mais do que quem comprou toda sua carteira após os mercados caírem 20%.

“A estratégia de montar a posição gradualmente funciona principalmente porque é muito difícil prever qual será o momento de mínimo da bolsa e porque a maioria dos investidores não fica atento aos mercados em período integral para encontrar as melhores oportunidades”, sugere a XP em comunicado aos clientes.

Principais empresas na B3 e a perda de valor de mercado desde o agravamento da crise do coronavírus:

Empresa (R$ bilhões)
Petrobras (-234,6)
ItauUnibanco (-91,9)
Bradesco (-100,2)
Banco do Brasil (-70,1)
Vale (-76,6)
Magazine Luiza  (-41,8)
Ambev (-66,0)
Eletrobras  (-32,7)
Santander  (-57,0)
B3  (-40,1)
Sabesp (-21,8)
Lojas Renner (-17,1)

Fonte: Economatica, considerando variação do valor de mercado entre 21 de fevereiro e 20 de março de 2020.

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