Impulsionadas pela alta do dólar e pelo avanço da cotação das commodities, as empresas exportadoras voltaram a apresentar resultados fortes no primeiro trimestre e consolidaram a posição de principais ganhadoras entre o grupo das companhias de capital aberto brasileiras na crise da pandemia. Os analistas esperam a sustentação de números favoráveis ao longo do ano e dizem que o desempenho do grupo ajudará a dar contribuição positiva para a retomada da economia, que ainda é desigual.

 

Lideradas pela Vale, o conjunto de 13 das principais empresas listadas voltadas ao mercado externo viu a receita avançar 45% no primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2020, para cerca de R$ 340 bilhões, segundo levantamento feito pelo Estadão/Broadcast. Juntas, elas tiveram lucro de R$ 44,6 bilhões, ante prejuízo de 76,4 bilhões no primeiro trimestre do ano passado, quando uma série de efeitos contábeis distorceu os dados. Além da mineradora e da Petrobrás, o grupo inclui nomes como Suzano, BRF, WEG, Braskem e Klabin.

 

“A recuperação de volume foi muito relevante e houve choque de preços. É natural que eles sejam os vencedores”, afirma Luis Gustavo Pereira, chefe de mercado de capitais na Guide. Segundo ele, a combinação entre dólar alto e preços elevados de commodities deve manter os resultados dessas companhias fortes em 2021.

 

A Vale retrata esses benefícios. Com o minério de ferro próximo das recordes históricos, a mineradora viu a receita avançar 122%, para quase R$ 70 bilhões no primeiro trimestre, com uma geração de caixa (medida pelo Ebitda) recorde e um lucro de R$ 30 bilhões.

 

A empresa, porém, mostra alguma cautela com os preços. “No decorrer do ano, do lado da oferta, os volumes (produzidos) devem aumentar em relação ao segundo semestre de 2020, enquanto a demanda de minério de ferro pode ser impactada por cortes de produção devido a restrições ambientais na China”, disse a mineradora em seu balanço.

 

No setor de proteínas, a maior empresa, a JBS, aproveitou-se de sua vasta diversificação geográfica para tomar carona na recuperação da economia de países como os Estados Unidos. Em mensagem que acompanhou o balanço, o CEO, Gilberto Tomazoni, disse que a reabertura de restaurantes depois da vacinação contra a covid-19 nos EUA, mais rápida que no Brasil, está aumentando as vendas da unidade americana, a maior da empresa.

 

Efeito no PIB. A expectativa é que o bom desempenho dessas gigantes lá fora acabe beneficiando a atividade econômica como um todo no Brasil. “As empresas aumentam receitas, rentabilidade, e, se perceberem que o cenário vai continuar, vão investir”, afirma Carlos Antonio Rocca, coordenador do Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe (Cemec-Fipe). “Além do benefício do setor, acabam carregando investimento. Isso gera demanda na cadeia de fornecedores.”

 

A melhora do ambiente externo tem sido citada como um dos fatores que podem levar o Brasil a ter um PIB mais forte neste ano, através das exportações, e já motiva revisões por parte de alguns economistas e bancos. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a expectativa é de um crescimento do PIB de 3,1% em 2021. Há um mês, estava em 3,04%.

 

Desigual

 

Enquanto os exportadores se consolidam na ponta positiva, os economistas chamam a atenção para o comportamento desigual das empresas de capital aberto na pandemia. “O panorama é todo de disparidade enorme entre as empresas e setores”, afirma Rocca, com base nas análises feitas sobre os resultados de 2020 e que ele não acredita ter mudado no primeiro trimestre.

 

No grupo dos mais afetados, estão companhias que foram diretamente impactadas pelo fechamento da economia e cuja recuperação depende da melhora na pandemia, ou seja, do ritmo de vacinação. Há ainda diferença dentro dos próprios setores: algumas empresas de varejo se beneficiaram de operações digitais mais sólidas, por exemplo. Outras, em contraste, dependem mais de vendas em lojas, como as de vestuário, e foram fortemente afetadas.

 

O setor aéreo, porém, é o maior exemplo das disparidades. Em seus balanços de primeiro trimestre, ainda fortemente impactados pela pandemia, Azul e Gol apostaram todas as fichas na vacinação contra a covid-19, e sinalizaram alguma recuperação nas vendas de passagens nas últimas semanas do primeiro trimestre. No entanto, reconheceram que o baque da segunda onda foi forte.

 

De janeiro a março, a Gol viu a receita cair 50,2% em relação a um ano antes. A Azul perdeu 34,9% das receitas. Para analistas, os números demonstraram que essas empresas ainda precisam sobreviver ao curto prazo, diante de uma pandemia ainda longe do fim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


OPORTUNIDADES EM UM SÓ LUGAR

>Tenha as principais notícias do mercado financeiro, gratuitamente, pelo canal do Telegram.

Invistas melhor! Conheça nossas Assinaturas, cada detalhes e aproveite os 10 dias de teste grátis.


O atributo alt desta imagem está vazio. O nome do arquivo é capa-clube.jpg

Venha conhecer o Clube Acionista, nossa nova plataforma que reúne tudo que você precisa para investir melhor em um só lugar.

A facilidade de não precisar sair procurando por boa informação. O cadastro é totalmente gratuito. Aproveite!

Um novo ambiente especialmente para você!


Publicidade

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Saiba quando as empresas vão pagar antes de investir.

Análises

Veja análises dos bancos e corretoras em um só lugar.

Carteiras

Replique carteiras dos bancos e corretoras para investir com segurança.

Recomendações

Descubra a média de recomendações de empresas e fundos.

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Análises

Carteiras

Recomendações

Comece agora mesmo seu teste grátis