O ano de 2020, nas Bolsas de Valores foi marcado pelo Circuit Breaker. Mas antes das paralisações de março de 2020, o sistema de segurança responsável por travar as negociações já havia sido acionado outras 18 vezes no Brasil. 

Geralmente, o que leva à um Circuit Breaker é o profundo receio generalizado do mercado, ocasionando a venda de ativos de forma geral. Os principais acionamentos do sistema são ocasionados por conta de fatores mundiais. No entanto, no Brasil, em episódios anteriores ao de 2020, presenciamos por motivos locais.

Circuit Breaker por motivos locais:

2017

O contexto político brasileiro foi responsável por acionar o sistema, causando fortes quedas com o conhecido, e agora histórico Joesley Day no dia 17 de maio de 2017.

O executivo do Grupo JBS, Joesley Batista, como parte do acordo de delação premiada para obter redução na pena por lavagem de dinheiro e corrupção, divulgou um áudio do então presidente Michel Temer autorizando a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha. 

A gravação levou incertezas quanto à continuidade de Temer na presidência, gerando insegurança quanto ao futuro político e econômico brasileiro. No dia, o circuit breaker entrou em ação, mas as quedas do Ibovespa chegaram a mais de 12% em uma hora. 

1999

Novamente por motivos internos do país, o mecanismo de proteção da Bolsa foi ativado também em 13 e 14 de janeiro de 1999 diante da crise de desvalorização do real.

Naquele momento, o Banco Central optou por deixar o regime de Bandas Cambiais (usado pelo Brasil para controlar o preço do dólar entre 1995 e 1999) para adotar o regime de Câmbio Flutuante. Ou seja, significa que o preço da moeda seria determinado pela procura e oferta do mercado.

O reflexo disso foi o acionamento por dois dias seguidos, ocasionando perdas próximas de 10%. O motivo foi em virtude desta transição de regime cambial, que afetou diretamente no crescimento da dívida externa brasileira e outros fatores que interferem na inflação.

Outros Circuit Breaker

As outras 14 vezes em que o sistema foi acionado, o principal motivo foi por conta dos mercados externos, principalmente com os conflitos entre Ásia e Rússia.

1997: Crise Asiática
1998: Crise da Rússia
2008: Crise do subprime nos EUA

O que fazer?

Como se vê, o mercado de ações é bem volátil, em alguns momentos exige estômago forte para aguentar. Também é por isso que muitos investidores preferem deixar a gestão do dinheiro e a escolha de um portfólio equilibrado na renda varável nas mãos dos Gestores de Fundos de Investimentos, pois são especialistas no assunto.

Se você segue por conta própria, primeiramente saiba que no momento em que o circuit breaker for acionado suas ordens de compra e vende serão canceladas. Períodos como este demanda de frieza e racionalidade, além de provar a importância de ter Caixa (dinheiro guardado em algum investimento de alta liquidez) para reequilibrar o portfólio e/ou entrar em outros investimentos mais defensivos.

O ideal nesses momentos é ter a orientação de um especialista que está todo dia acompanhando o mercado. Pois mensurar o impacto das perdas de seus ativos é analisar o real valor da empresa que você investe, pois em alguns casos, por mais que as ações tenham perdas extremas no dia, o trabalho, produto e outros estarão no mesmo lugar no dia após o caos passar.

Este conceito pode ser levado para qualquer momento, fazendo você optar por investir via fundamentos, cautela e coerência.

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