O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez um apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para que considerem a concessão de anistia aos envolvidos nos episódios antidemocráticos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

Em entrevista à Revista Oeste nesta quinta-feira (28), Bolsonaro afirmou que a anistia é fundamental para pacificar o Brasil e comparou o momento atual à promulgação da Lei de Anistia de 1979, que marcou o fim da ditadura militar.

“Para nós pacificarmos o Brasil, alguém tem que ceder. Quem tem que ceder? O senhor Alexandre de Moraes. A anistia, em 1979, anistiou gente que matou, soltou bomba, sequestrou, roubou, sequestrou avião. E ‘vamos pacificar, zera o jogo daqui para frente’. Agora, se tivesse uma palavra do Lula ou do Alexandre de Moraes sobre anistia, estava tudo resolvido”, declarou o ex-presidente.

Discussões com militares e críticas à PF

Bolsonaro também abordou o relatório final da Polícia Federal (PF) que aponta seu envolvimento em uma suposta trama golpista em 2022.

Ele classificou o documento como uma “peça de ficção” e confirmou ter discutido com os comandantes das Forças Armadas possibilidades como estado de sítio, estado de defesa e uso do artigo 142 da Constituição.

Conversei, sim, com os comandantes. Não foi uma discussão acalorada. Quando Moraes multou o PL em R$ 22 milhões, discutimos: se recorremos, a multa pode ir para R$ 200 milhões, e talvez até cassassem o partido. Avaliamos nossas opções dentro das quatro linhas da Constituição. Vimos que não havia sucesso possível, então abandonamos,” explicou.

O ex-presidente também celebrou a postura do ex-presidente Michel Temer (MDB), que minimizou as conclusões do relatório da PF, e reiterou que seria impossível organizar um golpe com “um general da reserva, quatro oficiais e um agente da Polícia Federal.”

Anistia como solução para a polarização

Bolsonaro acredita que a anistia pode ser a única maneira de superar a polarização política no Brasil.

Segundo ele, o perdão dos “excessos” de ambos os lados do espectro político seria um passo necessário para estabilizar o país. Ele argumentou que líderes como o presidente Lula (PT) e o ministro Alexandre de Moraes têm um papel fundamental na pacificação.

“Eu apelo aos ministros do Supremo Tribunal Federal, eu apelo. Por favor, repensem. Vamos partir para uma anistia, vai ser pacificado, concluiu Bolsonaro.

Indiciamento de Marcel Van Hattem

O ex-presidente também comentou o indiciamento do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) pela Polícia Federal, acusado de criticar um delegado em discurso na tribuna da Câmara. Bolsonaro elogiou a postura do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que, segundo ele, fortaleceu a Casa diante do ocorrido.

“Eu tenho uma rede com pouco mais de cem deputados e falei para eles: ‘Nos meus bons tempos, eu estaria elogiando agora o Arthur Lira.’ Ele mostrou a força da Câmara, enquanto o Senado está omisso,afirmou.

Bolsonaro ainda comparou sua situação política com a de opositores em regimes como os da Venezuela, Nicarágua e Bolívia, dizendo que o objetivo seria “me tirar de combate”. Ele sugeriu que as ações de seus adversários poderiam levar a um desfecho ainda mais grave.

“Alguns acham até que não basta me tornar inelegível ou me condenar. Querem é me executar. Vou acabar sendo um problema para eles, mesmo trancafiado,” afirmou.

Com informações de Folha de S.Paulo.

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