O Brasil e o mundo têm uma ambiciosa e desafiadora Agenda pela frente. Em maio próximo acontecerão as negociações da COP-15 de Biodiversidade. Desnecessário é destacar a importância do país que reúne 20% do número total de espécies, abrigando a maior biodiversidade da Terra.

Pensando nisto, o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e a Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) tomaram a iniciativa de elaborar um relatório, com apoio de seus líderes, da Academia, de setores da sociedade civil organizada e do Itamaraty, visando contribuir com as negociações brasileiras na aprovação do novo Marco Global para a Biodiversidade Pós-2020. Será a renovação do acordo global para a conservação da biodiversidade, que definirá Metas de Ação para serem alcançadas já em 2030.

Resultado do trabalho capitaneado pelo CEBDS e FBDS foi o lançamento do relatório intitulado “O engajamento do Brasil nas negociações da COP-15 de biodiversidade” na última sexta-feira, 29.

“É imprescindível que o Brasil apoie fortemente essa nova e ambiciosa agenda global. Caso contrário, corremos o risco de perder milhões de espécies nas próximas décadas. Também está em risco a imagem ambiental do Brasil e a visão de sustentabilidade de sua agricultura e indústria, além de perspectivas futuras de investimento internacional na economia brasileira e acesso de produtos brasileiros aos mercados externos”, diz com todas as letras Marina Grossi, presidente do CEBDS.

Para Israel Klabin, presidente da FBDS, o novo acordo precisa reconhecer as assimetrias globais na distribuição da biodiversidade, concentradas nos trópicos e subtrópicos, e os requisitos assimétricos de uso da terra e da água para atender às necessidades de cada sociedade por infraestrutura, produção de alimentos e energia, crescimento econômico, promoção da saúde, erradicação da pobreza e da fome e para permitir a realização do potencial de bioeconomia de cada país.

Entre outros pontos, o relatório propõe a criação de um mecanismo de pagamento global por Serviços Ecossistêmicos, com orçamento de pelo menos US$ 10 bilhões/ano. Agora a bola está com os senhores representantes do Brasil no evento internacional de maio, na China. À luta companheirada.

SOBERANO

O Mubadala, Fundo Soberano de Abu Dhabi, está de olho na Refinaria Landulpho Alves, na Bahia. Se o negócio for em frente, a Petrobras poderá embolsar US$ 2 BI.

A informação saiu na coluna do coleguinha Lauro Jardim e a CVM se apressou em cobrar a companhia, já que o assunto não era público até então. A Petrobras disse que a notícia é verídica, mas… “trata apenas de informação relativa à participação de um dos interessados no âmbito do processo” e que “não existe classificação de propostas” no momento.

BAIXA

Encerrado o primeiro mês do ano, o Ibovespa registra queda de 3,32% – em relação ao final de 2020. No fechamento do pregão de sexta, 29, o índice era de 115 mil pontos.

Segundo um experiente analista ouvido pela coluna, o recuo é explicado pela postergação da reforma fiscal, uma possível extensão do auxílio emergencial e o imbróglio político em que o presidente da República está envolto, tendo de fazer concessões ao Centrão para afastar o fantasma de um processo de impeachment no Congresso.  

DIESEL

E se as notícias acima não forem suficientes para justificar a tirada do pé do acelerador pelos investidores, tem mais uma: a partir da segunda, dia 1º, o país viverá fortes emoções com uma possível paralisação dos caminhoneiros Brasil adentro.

Em meio à fumaça de óleo diesel, começa a guerra de informação. Parte das lideranças diz que vai parar e outros tantos garantem que não. Diferentemente de 2018, as grandes transportadoras dizem que estão fora do movimento desta vez.

“A Confederação Nacional do Transporte (CNT), por intermédio do seu presidente, Vander Costa, vem a público informar que não apoia nenhum tipo de paralisação de caminhoneiros e reafirma o compromisso do setor transportador com a sociedade”.

RODOVIAS

Como se sabe, o custo operacional por rodovias é sempre alto. No entanto, os caminhões ainda se mostram essenciais como modal de transporte, pela opção que o país fez há décadas.

Há um cálculo setorial apontando que empresas nacionais gastam 4% A MAIS do rico PIB brasileiro, em relação às concorrentes chinesas e norte-americanas, para movimentar suas cargas.

SKINDÔ

O Carnaval está aí. Ou melhor, estava marcado no calendário. Com os altos índices de contaminação da Covid, várias coisas mudaram no país – inclusive o Carnaval, que até então parecia inatingível.

Assim, a B3 e os bancos manterão o calendário do feriado e permanecerão fechados na 2ª e 3ª, dias 15 e 16 próximos. A Bolsa retomará as atividades na 4ª-feira, 17, a partir das 13h; bancos retornarão ao meio dia.

O governo de SP cancelou o ponto facultativo e decretará feriado nesses dias, a fim de conter o avanço da pandemia. Uma nova data para as folias momescas ainda não está fechada.   

BATALHA

Na luta contra a pandemia do novo coronavírus, a Repsol Sinopec Brasil desenvolveu um sistema de informação open source, composto de modelos de Inteligência Artificial, para predição e classificação de diagnósticos da Covid-19. O trabalho, desenvolvido na fase crítica da pandemia no ano passado (entre abril e agosto), teve parceria do SENAI Cimatec.

Resultado da pesquisa e desenvolvimento de 18 diferentes modelos computacionais com aplicação da Ciência de Dados e Inteligência Artificial, o trabalho processou dados de 130 países (880 mil amostras e 50 mil exames) somando cerca de 360 GB de dados clínico-epidemiológicos. A estes também acrescentem-se dados econômicos de 12 estados brasileiros e de mobilidade urbana em nível nacional.

Envolvendo 31 pesquisadores e 9 instituições no total, o esforço concentrado contra a pandemia gerou 5 outros projetos de pesquisa.

RESULTADOS

Bradesco fará teleconferência no dia 4 próximo, às 10h30 (em português, com tradução para o inglês). Na véspera o banco anunciará os resultados do 4º TRI20, após o fechamento do mercado.

Às 13h30 (horário de Brasília), do mesmo dia 4, haverá conferência em inglês.

SUSTENTÁVEIS

A Suzano recebeu homenagem no prêmio “Deals of the Year Awards”, organizado pela revista LatinFinance. A companhia brasileira foi reconhecida na categoria “Corporate High-Grade Bond of the year”  pela emissão de US$ 750 milhões em títulos sustentáveis, em setembro de 2020.

Na oportunidade, a Suzano foi a primeira empresa do Hemisfério Sul a emitir esse tipo de bond, atrelado a metas ambientais.

CLIMÁTICOS

Riscos Climáticos são um tema em destaque, inclusive no cenário corporativo, por isso a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) criou um Grupo de Trabalho para se debruçar sobre ESG (gestão ambiental, social e de governança).

Pessoal já estuda as propostas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) contidas na reforma da Instrução 480, com nova orientação sobre ESG no Formulário de Referência FRE). A advogada Caroline Polo é a coordenadora do GT.

M&A

O Instituto Brasileiro de Direito Empresarial (Ibrademp) cria um grupo de membros efetivos para estudar e discutir as principais disputas nos contratos de M&A. Interessados podem enviar currículos para o email [email protected] 

LOUÇAS

Em recuperação judicial, a Eternit avisa que foi homologada (em decisão proferida no dia 20 último) a arrematação da UPI Louças Sanitárias, pelo valor de R$ 102 milhões.

O montante será destinado ao pagamento de credores.

OI

Estatístico de profissão, formado pela UFRJ, Roberto Terziani era o italianão clássico. Tremendo boa praça, de fácil relacionamento, e bom conversador. Pela convivência, tornou-se um ítalo-carioca. Era um gozador, entre os amigos naturalmente.

Atuou no mercado de capitais por mais de 40 anos. Foi diretor de RI da Oi, entre outras coisas. Terzi talvez nem soubesse direito quantos, mas certamente deixou uma legião de admiradores que se intitulam amigos. Vitimado pela Covid, nos deixou na última sexta. Vai fazer falta.

AGRO

Brasil e Ilhas Canárias (região com autonomia administrativa e politicamente pertencente à Espanha) avançam nas negociações comerciais. De acordo com o Sistema Ocepar (da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha do Paraná), as cooperativas paranaenses exportam soja, milho e carnes para mais de 100 países.

Las Palmas, no arquipélago, tem o terceiro maior porto espanhol e  oferece benefícios fiscais e logísticos aos seus parceiros comerciais. Não custa lembrar que esta é uma convidativa porta de entrada para toda a Europa, bem como para a África – devido à localização –, por isso não só paranaenses, como produtores do Mato Grosso (também convidados a participar de lives neste último janeiro), animam-se a negociar soja, milho e proteína animal (frango e peixe), além de etanol e biometano (combustível renovável) com os conterrâneos de Calderón de La Barca.

ARTIGO

Otimismo cauteloso é a recomendação para o setor de papel

(*) Júlio Jubert Caiuby Guimarães

Os números do setor de papelcartão em 2020 dão motivos para se esperar um novo ano bastante positivo, ainda que exija cautela. A expedição de papelcartão (todo o volume produzido ou importado no Brasil, excluídas as vendas externas) fechou o ano com alta de 6% acima do volume de 2019 – ante uma queda projetada de mais de 4% no PIB nacional como um todo no mesmo período. Por trás desse resultado estão mudanças de hábito de consumo.

Ao longo de 2020, entre março e junho, a indústria sofreu grandes perdas. A retomada, porém, durante o segundo semestre, foi excelente para os três elos de nossa cadeia produtiva: o fabricante de papelcartão, o convertedor gráfico e o brand owner. Podemos dizer que tivemos dois anos muito diferentes dentro de um único: metade desafiador, metade muito positivo.

Com a baixa de estoques e a consequente retomada, todos entraram em uma espiral de atendimento emergencial de pedidos – e ainda estamos nela. Com isso, nosso comitê diário de gestão de crise tornou-se, nos últimos dois meses, comitê de “gestão de abastecimento”, que acompanha a demanda e oferta de insumos.

De onde vem todo esse crescimento? Além das reposições de estoque, percebemos que os setores de alimentação, farmacêuticos, higiene pessoal e higiene do lar foram aqueles que mais alavancaram a alta no consumo, somados à contribuição do maior volume de vendas digitais de maneira geral (e-commerce). O consumidor está mais em casa, avalia melhor suas compras e experiência mais tudo aquilo que adquire.

E agora, num cenário de extrema pressão de preços, o que podemos esperar para 2021? Num otimismo contido, podemos projetar nova alta no consumo de papelcartão, algo em torno de 3,5%.

Entre os principais impactos a enfrentar, devemos destacar a inflação dos insumos e o próprio impacto de câmbio, que, isoladamente, trouxe alta de mais de 30% nos preços, com destaque para celulose e produtos químicos que integram a cadeia produtiva do papel.

Na ponta do usuário final, vemos o novo ano como a confirmação de uma tendência nos hábitos de consumo: “o lar é o novo centro de convívio”, dizem as melhores consultorias. Se até mesmo o setor imobiliário já sente essa transformação, com a demanda por casas e apartamentos maiores e mais aconchegantes, sem falar na inclusão do home office na estrutura de cômodos e móveis, o que dizer da alimentação, que voltou a ser realizada em casa?

Com isso, as embalagens necessárias são outras: práticas e que evitem o desperdício, alinhadas a um consumidor mais consciente, que busca a troca do plástico pelo papelcartão, seja em alimentos, bebidas ou produtos de higiene e limpeza, tendo em vista a reciclabilidade.

No e-commerce, da mesma forma, a tendência são embalagens resistentes, mas que conversem com o público – e chamem para a experiência com a marca, rumo à próxima compra.

Por outro lado, sabemos que, em algum momento em 2021, o mercado interno deve sofrer algum desaquecimento por conta da recomposição de estoques de toda a cadeia produtiva – podemos apenas estimar essa inversão para algum momento entre abril e maio.

Seja quando for, nosso otimismo, ainda que cauteloso, se baseia nos números do setor e no sentimento que recebemos do consumidor, sempre em busca de mais qualidade tanto em seus produtos quanto nas embalagens que os acondicionam.

(*) Júlio Jubert Caiuby Guimarães é diretor comercial da Ibema Papelcartão.

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