Conforme esperado por ampla maioria dos agentes, o banco central manteve a taxa Meta Selic em 2% aa. No Comunicado sinalizou que percebe uma melhora relativa nas condições financeiras para as economias emergentes. Porém, o grau de incerteza para retomada da atividade ainda é elevado, principalmente, para o período pós-redução dos estímulos adotados para conter os efeitos da pandemia.
Quanto as projeções de inflação, voltou a citar que a inflação subjacente permanece em níveis abaixo dos compatíveis para o cumprimento da meta de inflação no horizonte relevante de política monetária que engloba 2021 e, em menor grau, 2022.
Reconheceu que a inflação tende acelerar no curto prazo refletindo a alta temporária dos preços dos alimentos, além de alguma normalização parcial da atividade. Entretanto, o cenário básico continua sendo de inflação abaixo da meta e expectativas ancoradas.
Em relação aos riscos para a inflação, contextualizou o peso dos riscos no âmbito fiscal e a necessidade da agenda de reformas para que os reverses nessa área não prejudiquem a trajetória de juros estruturais baixos.
Assim, diante da atual conjuntura e elevada incerteza, sinalizou como necessário uma política monetária estimulativa, mas o espaço para novos ajustes se reduziu e, se houver, dependerão da trajetória fiscal.
Contudo, o Comitê sinalizou expressamente “que não pretende reduzir o grau de estímulo monetário”, a não ser que se perceba piora significativa nas projeções de inflação ou na ancoragem das expectativas de longo prazo. Isso inclui, também, o quadro fiscal.
Conclusão: O tom foi em linha com o último Comunicado, sem alteração da visão dos membros quanto as condições atuais de incertezas e inflação ainda confortável. O risco que tem sido alertado mira nas preocupações de cunho fiscal que poderiam impactar em mudança na ancoragem das expectativas ou deterioração das condições financeiras. Dessa forma, esperamos, ligeiro ajuste de queda no curto prazo da ETTJ, com aumento da inclinação positiva, uma vez que, os agentes continuam desconfortáveis com o ambiente fiscal.
Atenciosamente,
Roger Alan Marçal da Silva
Macro Estrategista Chefe