🌎 CENÁRIO EXTERNO: DADOS POSITIVOS DÃO SEQUÊNCIA À RECUPERAÇÃO DE ATIVOS DE RISCO

Mercados… Bolsas asiáticas encerraram a sessão com viés predominantemente positivo, mas sem grandes destaques. Na zona do euro, índices de mercado também amanheceram em alta: o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos de risco da região, avança 0,7% até o momento. Em NY, índices futuros voltam a subir após bom desempenho das bolsas na última sessão; enquanto o dólar (DXY) segue em queda contra os seus principais pares. Na fronte das commodities, ativos ilustram a mesma melhora verificada nos mercados acionários. O preço do petróleo (Brent crude) avança 1,6%, voltando a ser negociado acima dos US$ 40,20/barril.

Recuperação… Ativos de risco globais iniciaram mais um dia em alta, dando sequência ao movimento de recuperação verificado nesta 2ªfeira. Assim como registramos em relatórios anteriores, uma maior volatilidade era esperada neste novo nível de preços, mas não se configura como uma reversão de tendência com relação ao que temos acompanhado nos últimos meses. Não obstante, continuamos acreditando em meses voláteis pela frente, principalmente tendo em vista a chegada das eleições americanas e o impasse nas negociações por um novo pacote de estímulo econômico nos EUA. Como principais novidades na manhã, investidores avaliam uma melhora ilustrada por indicadores econômicos na China e na zona do euro.

Economia chinesa… Na noite de ontem, o mercado recebeu de bom grado uma série de indicadores de atividade econômica na maior economia do mundo. Dentre os principais destaques, a produção industrial registrou alta de 5,6% em agosto com relação ao mesmo período no ano passado, e as vendas no varejo, que vinham apresentando maiores dificuldades na recuperação, também voltaram a catalogar uma variação positiva na comparação interanual: 0,5% a/a. O resultado das vendas no varejo foi especialmente promissor, uma vez que aponta para a retomada do consumo no país; que tem os impulsos do governo na indústria como principal driver de recuperação até o momento. Ao todo, os números superaram expectativas do mercado e seguem apontando para uma recuperação robusta da economia chinesa.

Economia europeia… O índice ZEW de expectativas na economia – um dos principais indicadores de confiança da zona do euro – apontou para uma forte melhora de sentimento com relação à recuperação da economia do bloco. O indicador registrou um avanço de 9,9 pontos em setembro, levando o índice de expectativas para 73,9 no mês. O índice que avalia a situação corrente da economia também registrou um avanço robusto, com alta de 72,0 para 80,9 pontos no período. Assim, pode-se afirmar que a recente piora do quadro sanitário e impasse nas conversas com relação ao Brexit não foram suficientes para pesar sobre o sentimento dos especialistas de mercado, que se mostram cada vez mais otimistas com o futuro da economia europeia.

Na agenda… Nos EUA, saem o Índice Empire Manufacturing de setembro, que mede a atividade industrial no estado de Nova Iorque (9h30) e a produção industrial em agosto (10h15).

BRASIL: CONVENÇÕES PARTIDÁRIAS DEVEM ADIAR ANÁLISE DO VETO DA DESONERAÇÃO DA FOLHA

Análise do veto da desoneração da folha deve ser adiado novamente… Lideranças no Congresso chegaram à conclusão que será necessário adiar a análise do veto da extensão da desoneração da folha do pagamento por mais uma semana. Segundo o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), as convenções partidárias dever dificultar o quórum necessário no plenário para tornar viável as derrubadas. O governo passou meses articulando em prol da manutenção da canetada do presidente; mas agora existem divergências entre alas do governo sobre um possível acordo que abre mão do veto ou até uma possível judicialização da matéria que levantaria o assunto no STF. Segundo cálculos da equipe econômica, o custo para governo caso a derrubada do veto seja concretizada será de R$ 10 bi.

IBC-Br reflete recuperação dos grandes setores… O índice de atividade do Banco Central registrou crescimento de 2,15% em julho, refletindo o bom desempenho das pesquisas setoriais para o mês. A alta é positiva, mas se apresenta como uma desaceleração com relação ao mês de junho, quando havia avançado 5,32% na margem. Com relação ao mesmo mês do ano anterior, o índice cataloga baixa de -4,89%; ao passo que registra baixa de -5,77% no ano e -2,90% nos últimos 12 meses. Todos os três grandes setores (varejo, indústria e serviços) registraram crescimento no mês de julho.

Recuperação dever perder força no 4º tri… Para os próximos meses, esperamos que o IBC-Br siga em frente com o processo de desaceleração já verificado entre maio e julho. A despeito da melhora, é importante lembrar que a atividade agregada, no acumulado do ano, segue em patamar preocupante. Diante de tal fato, e tendo em vista o provável retorno do ajuste fiscal no ano que vem; seguimos acreditando em uma retomada longa e tumultuosa para a economia brasileira, principalmente entrando no 4º trimestre de 2020.

Guedes critica fundos compensatórios para estados e municípios… Ontem, o ministro Paulo Guedes voltou a criticar a ideia de criar fundos compensatórios para repor a arrecadação perdida por estados e municípios como consequência da reforma tributária. A ideia tem como defensor o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e tem se tornado uma fonte de atrito entre o ministro e o chefe da Casa Baixa. Segundo Guedes, a União não pode dar garantias que não pode executar, principalmente em vista do crescente endividamento das contas do governo federal, que pode atingir 100% do PIB este ano.

Fundeb e Lei Kandir minaram recursos do governo federal… Também segundo o ministro, o aumento nas contribuições (R$ 250 bi) da União para o Fundeb, que financia a educação básica, e os gastos com a Lei Kandir, que repõem (R$ 50 bi) o ICMS perdido por estados para produtos exportados, inviabilizaram qualquer fundo de reposição. A ausência de garantia da União para os cofres dos entes inferiores configura-se como o maior entrave à inclusão dos tributos ISS e ICMS na composição do novo imposto único sobre bens e serviços (CBS) proposto pela reforma tributária.

Bolsonaro veta anistia para igrejas, mas sugere que Congresso derrube o veto… O presidente Jair Bolsonaro vetou parcialmente no domingo um projeto que visava perdoar dívidas de templos religiosos relacionada ao não pagamento do CSLL, mas sugeriu que o Congresso derrubasse o seu próprio veto. Segundo o presidente, era necessário vetar o projeto para evitar um processo de impeachment; provavelmente se referindo a abertura de um processo de afastamento baseado em crime de Responsabilidade Fiscal. A cobrança das entidades religiosas surgiu de um entendimento da Receita Federal que determinou que a isenção prevista na Constituição para estas entidades não se estende para as contribuições, como no caso CSLL.

Parlamentares já articulam para derrubar veto… Agora, após a sinalização do presidente, várias lideranças parlamentares da Bancada Evangélica já se mobilizaram para dar início à articulação necessária para derrubar o veto. Entre os nomes que já se pronunciaram sobre o assunto, se encontram Arthur Lira (AL); que lidera o PP e é tido como um dos parlamentares com maior chance de suceder Maia como presidente na Câmara. Lira defende que uma resolução da Receita Federal não pode se sobrepor à Constituição Federal. A derrubada do veto deve custar R$ 1 bi em tributos renunciados aos cofres públicos.

Na agenda… Não existem indicadores relevantes a serem divulgados ao longo do dia.

E os mercados hoje?… Mercados globais iniciaram a sessão em terreno positivo, sustentando o movimento de recuperação iniciado nesta 2ªfeira. Como principais drivers da manhã, o investidor digere dados de atividade positivos na China e na zona do euro enquanto aguarda os dados da produção industrial em agosto nos EUA.

No Brasil, o dia tem agenda econômica esvaziada em dia que o Copom dá início a mais uma reunião de política monetária; que deverá manter a Selic estável em 2,0% a.a. Como destaque, Paulo Guedes realiza uma palestra às 9h sobre “Reformas e o futuro da economia no pós-pandemia”.

Assim, na falta de mudanças relevantes no quadro local, esperamos que ativos de risco brasileiros voltem a se beneficiar do bom humor verificado no exterior.

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