Em agosto, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$12,9 trilhões (155,8% do PIB), aumentando 1,3% no mês, segundo dados do Banco Central (BC). A variação mensal refletiu crescimentos de 1,5% nos empréstimos e financiamentos e de 1,6% nos títulos de dívida. Já a dívida externa elevou-se 0,7%, impactada pela depreciação cambial de 0,42% no mês. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 15,7%, resultado principalmente da elevação da carteira de empréstimos do SFN e dos títulos públicos.

O crédito ampliado a empresas situou-se em R$4,4 trilhões (52,8% do PIB), com alta de 0,9% no mês, influenciado pelo crescimento de 1,9% do estoque de títulos. A dívida externa elevou-se 0,4%, parcialmente em função da depreciação cambial. Em 12 meses, a variação de 6,9% refletiu principalmente o aumento de 13,1% na carteira de empréstimos e financiamentos e de 23,1% na de títulos no período.

O crédito ampliado às famílias situou-se em R$2,7 trilhões (32,7% do PIB), com crescimentos de 1,8% no mês e 18,2% em doze meses, em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos.

Operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN)

O volume de crédito do SFN totalizou R$4,3 trilhões em agosto, alta de 1,5% no mês, com incrementos de 1,0% nas operações com pessoas jurídicas (saldo de R$1,9 trilhão) e de 1,9% nas operações com pessoas físicas (R$2,5 trilhões). Na comparação com o mesmo período do ano anterior, o desempenho da carteira total de crédito desacelerou de 16,3% em julho para 15,9% em agosto. Nesta mesma base de comparação, o estoque de crédito destinado às empresas passou de 13,8% para 12,2%, enquanto o volume de crédito destinado às famílias manteve-se em aceleração, com elevação de 18,4% para 18,8%.

O saldo do crédito livre para pessoas jurídicas alcançou R$1,2 trilhão, com acréscimo de 1,4% no mês e de 13,7% em doze meses, influenciado, principalmente, pelo desempenho das carteiras de capital de giro com prazo superior a 365 dias, financiamento a exportações e financiamento para aquisição de veículos. O saldo do crédito livre às famílias somou R$1,4 trilhão, com expansões de 1,9% no mês e de 20,5% em doze meses, com destaque para as carteiras de crédito pessoal não consignado, crédito pessoal consignado público, aquisição de veículos e cartão de crédito à vista.

No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas totalizou R$684 bilhões em agosto, altas de 0,4% no mês e de 9,8% em 12 meses, influenciado pelo menor nível de contratações das operações do Pronampe em relação ao mês anterior. No crédito direcionado às famílias, a carteira totalizou R$1,1 trilhão no mês, com acréscimo mensal de 1,9% e de 16,6% em 12 meses, com destaque para o desempenho mensal dos financiamentos imobiliários com taxas reguladas (+1,3%) e para o crédito rural com taxas de mercado (+6,7%).

As concessões totais de crédito somaram R$431,8 bilhões em agosto. Na série com ajuste sazonal, houve retração de 2,1% no mês, com diminuição de 3,5% nas contratações com pessoas jurídicas, após elevado volume de contratações nas operações do Pronampe no mês anterior que não se repetiu em agosto, e alta de 0,5% nas contratações de pessoas físicas.

O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de todo o crédito do SFN, atingiu 17,5% a.a., elevando-se no mês (+0,2 p.p.) e diminuindo na comparação com igual mês do ano anterior (-0,3 p.p.). No crédito livre não rotativo, o ICC situou-se em 23,1% a.a., variações de 0,2 p.p. no mês e de -0,3 p.p. na comparação interanual. O spread geral do ICC situou-se em 12,1 p.p., com estabilidade no mês e redução de 0,5 p.p. na comparação interanual.

A taxa média de juros das novas contratações de crédito do SFN registrou aumento de 0,7 p.p. no mês e de 2,5 p.p. em doze meses, alcançando 21,1% a.a. Em sentido contrário, o spread bancário das concessões situou-se em 14,5 p.p., com reduções de 0,1 p.p. e de 0,4 p.p., nas mesmas bases de comparação.

No crédito com recursos livres, a taxa média de juros atingiu 29,9% a.a. em agosto, com altas de 1,0 p.p. no mês e de 3,3 p.p. na comparação com agosto de 2020. No crédito livre às empresas, a taxa média de juros aumentou 0,7 p.p. no mês e 3,9% em doze meses, alcançando 16,2% a.a., com incrementos na maioria das modalidades, especialmente em capital de giro, financiamento a exportações e modalidades de crédito rotativo. Para pessoas físicas, a taxa de juros situou-se em 40,9%, com elevação de 1,1 p.p. no mês e 1,8 p.p. em 12 meses, com destaque para o cartão de crédito rotativo, financiamento para aquisição de veículos e crédito pessoal não consignado.

A inadimplência manteve-se estável pelo quarto mês consecutivo, em 2,3%. Essa estabilidade foi observada tanto nas operações de crédito com recursos livres (3,0%), como no crédito com recursos direcionados (1,4%).

Agregados monetários

A base monetária somou R$406,3 bilhões em agosto, redução de 5,1% no mês e crescimento de 0,9% em doze meses. No mês, papel-moeda emitido e as reservas bancárias recuaram, 0,7% e 22,7%, respectivamente.

Entre os fluxos mensais dos fatores condicionantes da base monetária, apresentaram contração as operações do Tesouro Nacional (R$15,6 bilhões), as com títulos públicos federais (R$2,7 bilhões, resultado de colocações líquidas de R$38,5 bilhões no mercado primário e compras líquidas de R$35,8 bilhões no mercado secundário), as da Linha Temporária Especial de Liquidez e Redesconto (R$ 7,7 bilhões) e os depósitos de instituições financeiras (R$1 bilhão, com destaque para os recolhimentos de recursos de depósitos de depósitos a prazo, R$1,6 bilhões, e a liberação de recursos de depósitos de poupança, R$0,3 bilhão). De modo contrário, ocorreu expansão das operações do setor externo (R$0,4 bilhão) e com derivativos (R$7,6 bilhões).

Os meios de pagamento restritos (M1) alcançaram R$615,7 bilhões, decréscimo de 0,5% no mês, resultado da redução de 1,6% do papel-moeda em poder do público e do aumento de 0,4% dos depósitos à vista. Considerando-se dados dessazonalizados, o M1 recuou 1,0% no mês.

O M2 aumentou 0,7% no mês, totalizando R$4,1 trilhões. O saldo dos depósitos de poupança permaneceu estável no período, somando R$1,0 trilhão, após registrar resgates líquidos de R$5,5 bilhões. O saldo dos títulos emitidos por instituições financeiras avançou 1,4%, totalizando R$2,5 trilhões. O M3 avançou 0,9% no mês, totalizando R$8,5 trilhões. O saldo das quotas de fundos do mercado monetário registrou aumento de 1,3%, totalizando R$4,1 trilhões. O M4 registrou variação de 0,9% no mês, totalizando R$9,0 trilhões. Em 12 meses a variação foi de 11,5%.

Publicidade

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Saiba quando as empresas vão pagar antes de investir.

Análises

Veja análises dos bancos e corretoras em um só lugar.

Carteiras

Replique carteiras dos bancos e corretoras para investir com segurança.

Recomendações

Descubra a média de recomendações de empresas e fundos.

Clube Acionista

A maior cobertura para impulsionar sua carteira de investimentos

Agendas

Análises

Carteiras

Recomendações

Comece agora mesmo seu teste grátis