CENÁRIO EXTERNO: VÍRUS EM FOCO

Mercados… Mercados asiáticos encerraram a semana em tom negativo, após um movimento de venda iniciado por fundos ligados ao governo chinês sinalizar que autoridades buscam desacelerar o ritmo de valorizações do mercado. Por lá, a bolsa de Xangai freou a sequência de 8 pregões consecutivos de alta com um desempenho de -2,0% na sessão. Na zona do euro, ativos de risco sustentam altas modestas, com o Stoxx 600, índice que abrange uma gama de ativos ao redor do continente europeu, avançando 0,6% até o momento. Nos EUA, futuros de NY continuam operando de forma volátil; oscilando em torno do zero a zero enquanto o dólar (DXY) se mantêm estável contra seus principais pares. No plano das commodities, ativos também se movimentam sem direções claras. O preço do petróleo (Brent Crude) recua 1,5%, voltando a ser negociado abaixo dos R$ 42,00/barril.

Mais do mesmo… Em manhã de poucas novidades, mercados globais iniciaram mais uma sessão sem grandes movimentações. Enquanto um noticiário corporativo mais positivo joga a favor dos índices de mercado europeus, a pausa nas altas que vinham sendo verificadas na China e o avanço agressivo da covid-19 nos EUA fizeram com que os índices futuros de NY amanhecessem no vermelho. A cautela dos últimos dias permanece ditando o ritmo em alguns mercados, com o rendimento das treasuries voltando a cair (movimento que decorre de um aumento da demanda pelos títulos) e o ouro se mantendo acima do patamar de US$ 1.810/oz.

Vírus em foco… O número de novos casos de coronavírus nos EUA atingiu 61.791 nesta 5ªf, superando o limiar de 60 mil novas infecções pela primeira vez desde o início da pandemia. Os estados localizados no chamado cinturão do sol (sul e sudeste do país) são os mais afetados pela nova onda, com Texas, Florida; California e Arizona relatando recordes no número de mortes por complicações relacionadas à doença. A pressão que o ressurgimento da pandemia tem colocado sobre o sistema de saúde na região já levou à reversão do relaxamento das medidas de distanciamento e, mesmo que um lockdown nacional seja improvável, o fechamento pontual dos negócios ao redor do país também configura-se como uma ameaça para a retomada econômica. Simultaneamente, relatos de novos focos da doença na Ásia, em países que pareciam ter superado o vírus há meses (China e Japão), corroboram essa preocupação. A cidade de Hong Kong se prepara para fechar escolas de forma a conter o que parece ser a chegada da 2ª onda da covid-19 por lá.

Agenda… A agenda internacional conta com a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) de junho nos Estados Unidos. A mediana das projeções de mercado (Bloomberg) aponta para um avanço de 0,4% do preços no mês; resultado que ainda configuraria uma deflação da ordem de 0,2% com relação ao mesmo período no ano passado.

BRASIL: IPCA E PMS CALIBRAM APOSTAS NOS JUROS

Guedes quer reiniciar debates em torno da reforma tributária com ou sem o governo… O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), revelou que pretende retomar o debate em torno da reforma tributária na próxima semana independente do interesse do governo e do ministro Paulo Guedes (Economia). O demista compartilhou em um evento realizado ontem que não tem discutido a reforma tributária com Guedes recentemente. Na semana passada, Guedes revelou que a proposta do governo para esta reforma já está pronta, mas ainda não foi enviada ao Congresso.

Várias propostas… A expectativa é que as propostas do Senado, Câmara e do governo devem convergir para um único projeto que tramitará pelo Congresso ainda este ano. A reforma tributária está entre as pautas prioritárias para o presidente da Câmara, cujo mandato se encerra em fevereiro do ano que vem. A proposta quase certamente incluirá um novo imposto sobre lucro e dividendos e alterações à alíquota do imposto de renda para PJs.

Candidato à presidência da Câmara defende teto dos gastos… O deputado Artur Lira (PP-AL), uma das principais lideranças do Centrão e nome cotado para suceder Rodrigo Maia na presidência da Câmara; apontou a atualização do programa assistencialista Renda Brasil como uma das prioridades imediatas após a retomada das atividades presenciais do Congresso. O deputado defendeu que o sucessor do Bolsa Família, que deve aumentar a quantia distribuída aos beneficiados e contemplar os trabalhadores informais, seja concebido sem desconsiderar o teto de gastos ou a lei de responsabilidade fiscal. Lira também citou a reforma tributária, um novo tributo sobre transações financeiras e a privatização da Eletrobras como assuntos que devem ser tratados pelo Legislativo Federal ainda este ano.

Setor do turismo soma perdas de R$ 122 bi durante quarentena… Durante a quarentena (março-junho), o setor de turismo já acumulou perdas que somam mais de R$122 bi. O cálculo foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade estima que o setor só deve apresentar resultados nos patamares pré-crise (2019) em 2023. Segundo a FGV, as perdas registradas em 2020 e 2021 só devem ser recuperadas no fim de 2025. Atualmente, o setor opera com cerca de 15% da sua capacidade.

Queiroz em prisão domiciliar… O Supremo Tribunal de Justiça concedeu à Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flavio Bolsonaro, o direito de cumprir prisão preventiva em seu domicílio. A concessão do habeas corpus foi embasada na sugestão do Conselho Nacional da Justiça que sugere a revisão da prisão de pessoas que não cometeram crimes violentos em razão do presente surto de coronavírus que ocorre no sistema carcerário brasileiro. O fato de que Queiroz está atualmente tratando de um câncer de cólon também influenciou a decisão. O mesmo benefício foi concedido a sua esposa, Márcia Aguiar, que ainda se encontra foragida. As circunstâncias mais confortáveis da sua pena devem reduzir a pressão sobre o ex-assessor para delatar o seu antigo chefe no caso das supostas “rachadinhas”.

Na agenda… A agenda econômica é o principal destaque desta manhã para os mercados; com a divulgação do volume do setor de serviços (PMS – IBGE) em maio e a inflação ao consumidor (IPCA) em junho, às 9h. Em relação ao setor de serviços, esperamos uma recuperação da ordem de 3,6% na margem, resultado que ainda representaria uma contração de 14,5% na comparação com maio de 2019. Já para o IPCA, projetamos a retomada de um movimento de alta dos preços em junho, com inflação de 0,3% no mês. Com este resultado, a inflação acumulada em 12 meses avançaria para 2,17% dos 1,88% registrados no mês de maio. Ambos os dados serão importantes na avaliação do ritmo de retomada da economia brasileira após o relaxamento das medidas de distanciamento e; consequentemente, ajudarão investidores a calibrar apostas com relação à próxima decisão de taxa de juro do Copom.

E os mercados hoje?… Mercados globais amanheceram mistos em mais uma sessão: bolsas americanas recuam com salto no número de mortes pela covid-19 no país enquanto índices europeus sustentam altas modestas. Na Ásia, o mercado chinês pausa uma sequência de 8 sessões consecutivas de alta após um movimento de venda iniciado por fundos ligados ao governo sinalizarem que as autoridades buscam reduzir o ritmo de valorização do mercado. Por aqui, as atenções se voltam para a divulgação do volume de serviços em maio e do IPCA de julho, às 9h. Os dados servirão para calibrar as expectativas do mercado com relação à recuperação econômica e ao movimento da taxa de juro na reunião do Copom de agosto. Assim, avaliando o movimento externo até o momento, esperamos um dia de viés neutro/positivo para ativos locais, que ainda terão seus desempenhos condicionados à agenda econômica do dia.

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