Ou os Municípios elaboram seus respectivos Planos de Saneamento Básico, como prevê lei específica (Nº 11.445/2007), ou o Brasil mergulhará em uma situação ainda mais difícil de sair do ponto de vista da saúde da população.

Embora sitiados pelo Coronavírus, os mais de 5 mil prefeitos deverão comemorar suas posses em 1º de Janeiro de 2021, bem como seus secretários nomeados, os quase 58 mil edis pelo Brasil afora e, claro, o séquito de assessores que suplantarão o número de 300 mil figurantes do filme Gandhi.

Festividades e vírus à parte, prefeitos e (também) vereadores que sobreviverem até 31 de dezembro de 2022 terão a incumbência de construir, aprovar e implantar o PMSB-Plano Municipal de Saneamento Básico. Pela Lei, quem não o fizer terá recursos do governo federal negados.

Além da questão legal existe a moral. Não dá mais para se ter metade do país sem água e rede de esgotos, se este país tem 13% de toda a água doce do mundo, produz ouro, petróleo, aviões e gravita entre as 10 maiores economias do mundo há anos.

NOVEMBRO

O Ibovespa registrou o seu segundo melhor novembro, em dólares, desde que foi criado (em 1968). Em moeda local, é o melhor desde 1999.

Valorização foi de 25,5%, só perdendo para novembro de 1984 (36,6%). Já o maior tombo, nesse mês, foi em 1989 com desvalorização de 35,6%. Os dados históricos são da Economática.

MAIS MAIS

As “companhias mais mais” no 11º mês do ano foram a Azul PN (AZUL4), com valorização de 82,52%, seguida pela Petrorio, com 73,41%. Sequencialmente vêm a GOL PN (GOLL4), com 62,28% e a CVC (CVCB3), com 60,71%.

Isto considerando apenas o mês de novembro.

ISE

A B3 anunciou a 16ª carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), para o período de 04 de janeiro a 30 dezembro de 2021. A nova composição reúne 46 ações de 39 companhias, de 15 diferentes setores.

Juntas, as companhias totalizam R$ 1,8 trilhão (em valor de mercado), representando 38% do valor das mais negociadas na B3 (fechamento de 25/11, segundo a Economática).  

Para o processo são convidadas as 200 empresas mais líquidas. Neste ano o grupo foi representado por 176 companhias.

PERFORMANCE

Desde que foi criado, em 2005, o Índice de Sustentabilidade Empresarial registra performance de 294,73%. No mesmo período, o Ibovespa (base de fechamento em 25 de novembro) apresentou 245,06%, de acordo com a própria B3.

No quesito volatilidade, o ISE teve 25,62%, contra 28,10% do Ibovespa.  

CARTEIRA

Integram a nova carteira do ISE (04.01.21 a 30.12.21), as seguintes companhias:

AES TieteCieloEngieLojas RennerPetrobras
B2WCopelFleuryM. Dias BrancoPetrobras Distribuidora
Banco do BrasilCosanGPAMarfrigSantander
BradescoCPFLItaú UnibancoMinervaSuzano
BRFDuratexItaúsaMovidaTelefônica
BTGEcorodoviasKlabinMRVTIM
CCREDPLightNaturaWeg
CemigEletrobrasLojas AmericanasNeoenergia 

PIB

O Produto Interno Bruto do 3º TRIM, divulgado na semana anterior, foi de 7,7% positivos. Seria um índice notável, se a base de comparação não fosse esquálida. Daí porque o mercado financeiro, como um todo, apostava num índice mais vigoroso ( 9% pelo menos).

Com isto, o tombo no acumulado do ano supera os 11%. O 3º TRIM deste ano comparado a igual período de 2019, mostra recuo de 3,9%. Mas existe um certo “otimismo” no ar e não são poucos os economistas que apostam no fechamento do ano com um PIB de “apenas” 5% negativos. 

SETORES

O trimestre acima foi puxado pela indústria, com crescimento de 14,8% (tendo a transformação na ponta). Um índice voluptoso, em condições normais de funcionamento da economia. Com a paradeira que tivemos, a base anterior ficou frágil demais.

Os serviços marcaram 6,4% de crescimento, com destaques para o comércio (15,9%) e o transporte/armazenagem (12,5%). Já o agro, desta feita, ficou em 0,5% negativo.

FII

A B3 começou a negociar o primeiro ETF de Fundos de Investimentos Imobiliários (ticker XFIX11). Produto desenvolvido pela XP, replica o desempenho da carteira teórica de ativos do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX). As cotas serão negociadas na B3, de forma semelhante às ações.

VIDROS

Acredite, a cervejaria Heineken tem encontrado dificuldades para suprir a demanda de garrafas de vidro, em algumas regiões do país. Aliás, vidro e alumínio também estão escassos em alguns outros segmentos econômicos.

Segundo sondagem feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em novembro, 75% das indústrias brasileiras estão às voltas com seus fornecedores domésticos de insumos.

SUSSA

Enquanto alguns fabricantes batem cabeça por embalagens, a Ambev nada de braçada neste mar. É que a companhia fabrica 70% das embalagens que utiliza e, por conta da pandemia, percebeu rápido que o consumo de latas cresceu (pessoas em casa preferem as latinhas de alumínio) e acelerou por aí.

NORTE/NE

Na última sexta, 4, a Ambev anunciou investimentos de R$ 255 milhões em sua cervejaria de Itapissuma (PE), às margens da BR 101 (Km 34, Norte). Além da ampliação da produção de cervejas, haverá uma nova linha de envase de latas para abastecer as regiões Norte e Nordeste. A nova linha de latas produzirá 120 mil unidades/hora.

Já nesta segunda, 7, será a vez de inaugurar uma fábrica de latas, em Sete Lagoas (MG), com capacidade de 1,5 bilhão de unidades/ano. Isto deve dar conta dos sedentos consumidores, por ora.

AÇO

O ministro Paulo Guedes admitiu a redução nas tarifas de importação do aço, caso a indústria local não consiga suprir a demanda crescente. No entanto, disse que “dará um tempo” para que as siderúrgicas religuem seus (12) altos fornos. Ele participou do Encontro Nacional da Indústria de Construção (Enic), virtualmente.

TRIPLA

A unidade de conversão de papel que a Suzano instala em Cachoeiro do Itapemirim (ES) exigiu investimentos de R$ 130 milhões e produzirá uma novidade para o mercado brasileiro: papel higiênico de folha tripla, de alta absorção.

Objetivo desta fábrica é atender a demanda de toda a região Sudeste, ampliando a capacidade produtiva da companhia. Traduzindo em miúdos, 1 milhão de rolos capixabas por dia.

INOVAÇÃO

A Marfrig, uma das gigantes mundiais na produção de carne bovina, informou ao mercado a criação da Diretoria de Inovação & Novos Negócios. Esta será comandada por Rafael Braz, que se reportará a Miguel Gularte.

A área de Relações com Investidores também ganha novo diretor: Eduardo Puzziello, que se reportará a Tang David.

SOCIAL

A Unipar, líder sul americana em produção de cloro, soda e PVC, arrecadou 1,7 tonelada de alimentos não perecíveis para este final de ano. Por conta da pandemia, a tradicional “Run Fábrica Aberta” que a empresa promove foi virtual, com a participação de 1.600 pessoas (sendo 1.200 no Brasil e 400 na Argentina).

As doações serão feitas às comunidades do entorno das fábricas da Unipar, em Cubatão e Rio Grande da Serra (estado de São Paulo) e, também, em Bahía Blanca (Argentina).

SERVIÇOS

A InspIR Group, uma das principais consultorias de relações com investidores – que tem Fabiane Goldstein como CEO no Brasil –, anunciou parceria com a Third Economy, tradicional empresa de pesquisas e consultoria focada em investimentos sustentáveis. Agora juntas, a InspIR e a Third passarão a oferecer consultoria e serviços com foco na integração ESG e RI, buscando as companhias abertas e as candidatas ao IPO.

RELATO

No próximo dia 15 haverá o último encontro do ano da Comissão Brasileira do Relato Integrado. Na pauta, consulta pública sobre o reporte de sustentabilidade da IFRS Foundation, entre outros.

www.relatointegradobrasil.com.br 

GREEN BONDS

O BTG Pactual emitiu US$ 100 milhões em Green Bonds este ano. Foram US$ 50 MM em março e agora, na virada do mês, outros US$ 50 MM. Essa montanha verde de papéis está em mãos de investidores institucionais estrangeiros.

ARTIGO

ESG: fatores que impactam os negócios para a retomada econômica

(*) Cris Baluta

Cada vez mais presentes no dia a dia empresarial, essas três letras – ESG, isto é, Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança) –, tornaram-se critérios valorizados pelos principais investidores e executivos do mundo. Afinal, a governança das organizações tem passado por transformações e novos critérios vão sendo definidos no ambiente de negócios.

Trata-se de uma estratégia em que não há lucro abstraído. Contudo, é necessário repensar a forma de realizar ações e investir em projetos. Nesse contexto, a justiça, a igualdade social e a responsabilidade com o meio ambiente devem fazer parte da governança empresarial. Em outras palavras, é um novo movimento que engloba métricas de governança de impacto ambiental e social.

Ao seguir esse raciocínio e pensando na retomada da economia, é possível afirmar que as companhias que adotam os fatores ESG como prioridade sinalizam ao mercado mais solidez nos negócios e planejamento em longo prazo.

Então, quando uma empresa utiliza as estratégias voltadas ao movimento que prioriza questões ambientais, sociais e de governança, ela demonstra transparência, além de evidenciar que mantém uma redução no risco de danos socioambientais. Mais do que isso, deixa claro aos investidores e ao mercado que existe uma antecipação dos passos seguidos pela companhia.

Os relatórios e ações voltadas à comprovação de atitudes sustentáveis já ganharam um conceito mais amplo. O que, por muito tempo, foi tratado de forma separada das informações gerenciais passou a ter maior relevância – e ela só tende a crescer, pois as ações das empresas não ocorrem paralelamente.

Sendo assim, espera-se que, depois do abalo sofrido com a pandemia da covid-19, o mercado se eduque a pensar como um todo, ao enfocar as iniciativas de responsabilidade ESG. Em um pós-pandemia, negócios que vão além do lucro serão o novo normal.

 (*) Cris Baluta é conselheira e coordenadora do Grupo de Intercâmbio de Experiências em Meio Ambiente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha (AHK Paraná), CEO da Roadimex Ambiental Ltda e Fundadora do Instituto Ser (Sustentabilidade, Engajamento e Realização).

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