Um dia desses, minha mãe foi ao mercado e nos trouxe uma melancia amarela. Ela disse: “Comprei para vocês experimentarem, achei tão diferente mas tem mesmo gosto de melancia! ”Na hora, minha primeira reação foi de completa surpresa beirando à estranheza, pensei comigo mesma: será que tem mesmo gosto de melancia? Nunca tinha ouvido falar em melancia amarela!

Resolvi fazer um experimento com meu filho de 4 anos. Cortei a fruta, dei para ele comer e disse: “Filho, fecha os olhos e experimenta essa fruta. Quero ver se você adivinha qual é! Ele sentiu o cheiro, comeu e disse: é melancia mamãe! Aí ele abriu os olhos e se deparou surpreso: mas é uma melancia amarela!!!! Existe melancia Amarela?

Depois disso comecei a pensar em como nós reagimos ao diferente, mesmo sabendo que estamos falando de algo que é conhecido, mas num formato fora do padrão em que estamos habituados, ou que esperamos ou acreditamos ser “o certo”.

Agora em maio celebramos o Dia das Mães. E este é o segundo ano em que celebraremos esta data nos moldes da Pandemia, o que me faz pensar que nunca vivemos tão intensamente a maternidade como temos vivido desde que tudo isso começou.  Não vou falar aqui o quão difícil e complicado tem sido para as mães que estão com os filhos em casa há mais de um ano. Queria trazer aqui um foco diferente, a reflexão sobre as diferentes formas de maternidade que existem, e que nem sempre nos damos conta porque elas não são apresentadas no “formato padrão de mãe” que esperamos.

O modelo das mães gestantes, mães com seus bebês no colo, mães com crianças correndo pela casa, os almoços com a família, avós, sogras. É esse o que vem em nossa cabeça num primeiro momento. Claro, é tão natural! Mas e as outras mães que não necessariamente vivem essa “maternidade padrão”?

E as mulheres que por decisão própria não quiseram ter filhos? E aquelas que tentaram, tentaram e não conseguiram? E as que já não os tem? 

Quando imputamos a palavra mãe fora do contexto maternidade biológica, “placa-mãe”, “nave-mãe”, “mãe natureza”, mãe, vemos aí a força da proteção, do cuidado, do acolhimento, da segurança.

Vi uma definição que achei fantasticamente simples: “quem oferece cuidado, proteção, carinho ou assistência a quem precisa”.

Penso em tantas mulheres sob estas condições que exercem, nem que por certos momentos, o papel de mãe mesmo não tendo filhos biológicos. Aliás, não necessariamente ser mãe biológica nos faz ser uma boa mãe!

Mas aquelas “mães” que estão agindo sob diferentes roupagens, títulos, funções: as babás, professoras, vizinhas, cuidadoras, tias, “ir-mães”, mães-filhas, amigas e a lista se alonga. E por que não também gestoras? Afinal, a palavra “gestar” também tem o significado de formar e sustentar um filho dentro do próprio organismo. E que tal “Gestoras que auxiliam na formação dos indivíduos dentro das organizações? Por que não? Claro que não quero polemizar aqui, uma vez que há características individuais que podem ou não se enquadrar nesse conceito, mas quero chamar a atenção para todas as mulheres, que de alguma forma direta ou indireta, também tem em si um instinto maternal que muitas vezes é ignorado por não se enquadrar na moldura ideal que temos da maternidade.

São tantas e tantas mulheres que distribuem seu amor, acolhimento, cuidado, carinho, proteção.

E é também para essas mães que deixo aqui minha homenagem de Dia das Mães. Afinal, melancia amarela também é melancia, não é?

Renata Ribeiro


44 anos, casada, mãe do Leo, Administradora de Empresas , Contadora, C-Level em Finanças. Co-Fundadora do W-CFO Brazil e Mentora. No mercado há mais de 28 anos em segmentos como Serviços, Tecnologia, Industria Automotiva, Biotecnologia, Farmacêutica e Quimica, atuando nas áreas de Controladoria, Contabilidade, Tesouraria, Centro de Serviços Compartilhados, Compras, TI, Legal, Planejamento Estratégico. Formada em Administração de Empresas e Ciencias Contabeis, MBA’s em Gestão Financeira & Controladoria e Gestão de Operações, Produtos & Serviços.
Atualmente CFO na Wacker Quimica do Brasil, desde 2017.

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