A pauta ESG veio para ficar, no horizonte internacional sob olhares de grandes investidores, é inevitável perceber a importância da Amazônia para o mundo financeiro. Os números sejam alarmantes, a desflorestação na Amazônia parecem não sossegar e isso pode ter reflexos em um futuro próximo.

Aqui no Via Sustentável já te explicamos o que está acontecendo no maior bioma do Brasil, quais as consequências e como empresas como a JBS estão relacionadas com o desmatamento. Para conferir clique aqui.

O que está prejudicando a situação é a falta de ações concretas. Então, se você não dá muita importância a esse assunto, fique ligado! Porque muito investimento do exterior depende das boas práticas relacionadas ao meio ambiente e a sustentabilidade.

A BBC divulgou dados no dia 30 de novembro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) afirmando que o nível de desflorestação no Brasil está o mais alto desde 2008. Foram 11.088 km² desmatados entre agosto de 2019 e julho de 2020. Isso totaliza um aumento de 9,5% em relação ao mesmo período anterior. O estado que mais concentra o desmatamento é o Pará, que somou 5.192 km².

Nessa mesma semana a Polícia Federal apreendeu 6 mil metros cúbicos de madeira extraída ilegalmente no Rio Mamuru, no Amazonas. Elas enchiam 300 contêineres e tinham como destino a Europa.

Talvez esse números sejam abstratos de compreender, mas não é difícil de entender que isso está cada vez mais agravante. Segundo a WRI Brasil, isso já começou a nos prejudicar. Além de estarmos perdendo um bioma tão importante, isso está causando uma maior poluição do ar, o que acaba levando a efeitos na saúde pública.

De acordo com o G1, esse números comprovam que a gestão do presidente não cumpriu a intenção anunciada no ano passado pelo ministro do Meio Ambiente de eliminar o desmate ilegal por meio de estratégias que iam ser estabelecidas. O que aconteceu na realidade foi um enfraquecimento da atuação do Ibama na fiscalização, a facilitação da exportação da madeira ilegal, a presença do exército na região, o incentivo a ação de garimpeiros e a presente paralisação de R$ 2,9 bilhões do Fundo Amazônia.

A importância da Amazônia para o mundo financeiro

Quando mudanças assim ocorrem, precisamos ficar atentos nas justificativas e nas partes envolvidas.

Você já buscou quais as empresas que estão envolvidas nos desmatamentos?

Falamos antes da JBS, ela, a Marfrig e a Minerva compraram gado de 379 fazendas que desmataram ilegalmente na Amazônia, de acordo com a Global Witness. A área atingida é de 202 quilômetros quadrados, equivalente a cidade de Recife. O levantamento da organização mostra a relação direta das três maiores empresas do setor de carne bovina do país com o desmatamento.

Também é necessário observar como o Brasil se posiciona sobre o assunto. O governo precisa empenhar-se melhor nas negociações do Acordo de Paris, por exemplo, uma vez que isso afeta o investimento internacional ou sanções internacionais.

O Estadão afirma que se os índices de desmatamento continuarem aumentando, é possível que Brasil sofra possíveis punições por meio da presidência de Joe Biden, que já se mostrou empenhado em querer trabalhar para impedir que a situação da Amazônia continue assim. O que for negociado, ou não, entre os países com certeza irá ter consequências econômicas.

 O que você como investidor pode fazer?

Pesquise e se mantenha atualizado sobre o que a companhia que você investe, ou quer investir, está fazendo em relação a sustentabilidade e ao meio ambiente. O conhecimento é fundamental.

Por exemplo, você sabia que a Coca-Cola, a Pepsico e a Nestlé são três das dez empresas que mais poluíram plástico no ano de 2020? A organização Break Free From Plastic organiza desde 2018 a lista com as dez maiores poluentes, você pode conferir ela completa aqui. E que o Brasil foi o 14º país que mais emitiu dióxido de carbono (CO2) em 2018, você sabia?

O CO2 é o principal responsável pelo efeito estufa no mundo. Em 2011 o Brasil entrou para a lista dos 15 maiores emissores, sendo o 11º em 2013. Um país com tanta biodiversidade e capacidade de efetuar medidas de sustentabilidade não deveria estar nessa posição na lista.

A pauta ESG está crescendo a cada dia, isso não é à toa. Empresas que atuam em prol do meio ambiente, que se preocupam com um desenvolvimento sustentável e que priorizam a transparência tendem a ganhar espaço na prioridade entre os investidores.

Na mesma linha, estão os investidores internacionais, que além de investir em seus países de origem, buscam por alternativas no exterior atrás de novas oportunidades. Aos olhos do mundo, estamos entre os países emergentes, junto com México, Turquia e outros. Oferecemos uma relação risco/retorno diferente de países desenvolvidos, que por vezes, se torna bastante atrativo para estrangeiro.

Atualmente, estão falando muito sobre a entrada de um fluxo mais elevado de dinheiro proveniente do investidor internacional, mas da mesma maneira que entrou pode sair e esses efeitos derivam da credibilidade do país, provenientes das boas práticas, da transparência e dos planos de desenvolvimento.

O risco de investir é não saber onde você está colocando o seu dinheiro. Ideias sustentáveis sempre existiram, mas agora estão, cada vez mais, ganhando força. Negócio bom é negócio que se adapta à realidade.

Seus investimentos estão adaptados para seguir a nova tendência?