EUA: University of Michigan Consumer Confidence (maio)

A confiança do consumidor medida pela Universidade de Michigan ficou acima do esperado pelo mercado e do número anterior em 73.7 (esperado: 68; anterior: 71.8)
A avaliação das condições correntes melhorou de forma significativa de 74.3 para 83, enquanto a mediana do mercado apontava para uma queda adicional para 62.8. Já as expectativas deterioram de 70.1 no mês anterior para 67.7, queda menor do que o esperado (60.2).
Aumentou em dez pontos as expectativas de menos desemprego ao longo dos próximos doze meses, o que pesou positivamente sobre o subíndice, que veio ao melhor patamar desde começo de 2018. Ainda assim, as expectativas de renda seguem pressionadas, caindo aos menores níveis dos últimos seis anos. A piora foi bastante sensível em estratos de renda mais elevado.
Destaca-se também para a estabilização em “good time to buy a major household item” que parece ter estabilizado após a severa queda observada no mês anterior em consequência da quarentena. No entanto, estas melhores perspectivas são (como ressaltado no comunicado) consequência da percepção de preços muito baixos junto a taxa de juros baixas.
Chama atenção o avanço nas expectativas de inflação curtas, de 2.1% no mês anterior para 3% este mês. Já as expectativas de inflação longas (5-10 anos) permaneceram próximas a leitura do mês passado, avançando somente 0.1% para 2.6%. O statement nota grandes diferenças nas expectativas de inflação curtas de acordo com idade e renda.
Ou seja, o quadro de confiança do consumidor mostra alguns sinais divergentes na margem, o que pode ser indicativo de uma estabilização à frente. Ainda assim, dado o fator gerador único desta crise (saúde pública), há constantemente chance de piora adicional caso a propagação do vírus aumente ou as medidas de isolamento social sejam estendidas/apertadas.

EUA: Empire Manufacturing (maio)

Comentários:
O Empire Manufacturing de maio teve leitura melhor do que o esperado pelo mercado em -48.5 (esperado: -60; anterior: -782.). A composição segue negativa, mas com arrefecimento do observado no mês anterior. Especificamente, vale o destaque para as expectativas seis meses a frente (ver abaixo).
Por dentro do índice, new orders teve nova variação negativa, caindo -42.4 pontos no mês (anterior: -66.3). Shipments também apresentou leitura negativa em -39 (anterior: -68.1).
A parte relativa a mercado de trabalho também apresentou deterioração, com queda de -6.1 em number of employees e -21.6 em average workweek (demonstrando que, além da redução no numero de empregados, estes também estão trabalhando menos).
Do lado positivo, as expectativas para seis meses a frente melhoraram pelo terceiro mês consecutivo, registrando 29.1 (anterior: 7), melhor patamar desde julho do ano passado. Registra-se assim a expectativa de uma possível melhora da situação caso os planos de reabertura avancem.
O dado reflete a ampla desaceleração da economia americana observada ao longo do período de shutdown e a queda generalizada na demanda.
A queda menor dos índices (se comparado ao mês passado) e a evolução na expectativa geral seis meses à frente indicam uma possível estabilização (em nível muito baixo) da economia ao longo dos próximos meses. Isto é predicado, naturalmente, no relaxamento das medidas de isolamento social e conteção do novo coronavirus.

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