É o país do mangá e é possível até fazer uma analogia, assim como o gênero literário de quadrinhos, que é uma forma flexível e diversificada de contar uma história; dadas as devidas proporções, o Japão tem um pouco dessas características, sejam culturais ou mesmo econômicas. Flexível porque se adapta. Saiu de um processo de quase recessão no início deste ano e em agosto apresentou um PIB acima das expectativas, 0.8%. Diversificado porque é um país altamente industrializado, com grande aparato tecnológico e destaque nos segmentos de eletroeletrônico, informática, robótica e automobilístico.
Mas então, a tradicional sabedoria oriental também se aplica na economia pelo que se viu. Sem falar da resiliência de curto prazo. O aumento do PIB, que é a soma das riquezas de um país, foi resultado da recuperação da procura interna, após o PIB ter contraído 0,6% no primeiro trimestre. Esse crescimento também foi apoiado pelo aumento do consumo privado, que foi resultado do crescimento real dos salários.
Elevação dos juros
Na madrugada de 31 de julho, dia de Super Quarta, quando FED e Copom divulgaram as decisões sobre taxa de juros, o Banco do Japão (BoJ) decidiu elevar os juros no país em 15 pontos-base. Com isso, as taxas de depósitos de curto prazo passaram para a faixa entre 0,15% e 0,25%. Até então, as taxas estavam numa faixa entre 0% a 0,1%, após o BoJ ter abandonado sua política de juros negativos em março, elevando as taxas pela primeira vez em 17 anos.
Antes da decisão, o mercado estava dividido entre uma manutenção e um aumento de juros no país. Dados de inflação acima da meta de 2% ao ano sugeriam que o aperto monetário pudesse ser necessário. O núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI), do Japão, por exemplo, subiu 2,6% em junho em relação ao ano anterior.
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