A programação de abates de bovinos nas indústrias frigoríficas brasileiras segue alongada, ainda que tenha tido uma ligeira redução, causada pelo próprio comprador e a oferta segue bastante intensa. O enunciado mostra que o cenário é de forte pressão nos preços da arroba do gado pronto, com expectativa de que os abates de bovinos e as exportações de carne sigam intensas.
Somado a estes fatores, o primeiro deles é sazonal, ligado ao momento, estação climática com menor precipitação chuvosa, temos o dólar em forte alta no cenário internacional e com disparada no Brasil. Na segunda-feira, dia 10/6, às 10h20, a moeda norte-americana teve o pico de R$ 5,388, mostrando forte elevação com as expectativas atuais em torno da economia dos Estados Unidos e seus indicadores de inflação e taxa de juros. Este último item é fundamental para a alta do dólar atual, pois já há um entendimento que o Federal Reserve (Banco Central dos EUA) não vai reduzir a taxa de juros na reunião desta semana e, para alguns economistas do país, o FED não deve tomar tal atitude até o final de 2024.
Você pode se questionar: “como o dólar está influenciando ou pode impactar a pecuária bovina brasileira?”.
É simples a resposta. O dólar alto torna o produto brasileiro mais barato frente aos seus concorrentes no mercado internacional. Fica, de fato, muito mais competitivo que já é. E quando olhamos para o ritmo de abates no Brasil, com recorde sazonal mensal, somado a números históricos de exportação em volume, temos uma equação que apresenta maior demanda internacional para a carne bovina brasileira.
Para finalizar, explico que o dólar alto traz algumas vantagens no momento, mas, a longo prazo, eleva a inflação interna do país. Outra, bem difícil de explicar, gira em torno do questionamento “por quanto tempo o Brasil tem fôlego para abates tão expressivos?”. Uma reflexão importante e que, mesmo ainda elevada, a taxa de participação de fêmeas recuou.
Notícia publicada originalmente em: https://ruralnews.agr.br/agricultura/pecuaria-de-corte/dolar-alto-torna-carne-bovina-brasileira-ainda-mais-competitiva