A discussão no mundo da soja nos últimos dias foi a
divergência das instituições sobre os relatórios e estimativas para a produção da
safra brasileira de oleaginosa 2023/24. O Departamento de Agricultura dos
Estados Unidos (USDA) trabalha com o número de 155 milhões de toneladas, em relatório do dia 11. Já a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu, na previsão anunciada dia
11, a sua estimativa para 146,5 milhões de toneladas. E a projeção de Safras
Mercado, atualizada dia 12, é de 151,246 milhões.
A retração de Safras é de 4,2% sobre a temporada
anterior, que foi de 157,83 milhões de toneladas. Em 15 de março, na estimativa
anterior, a projeção era de 148,601 milhões. A elevação é de 1,78%. E Safras
indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em
2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que
a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.332
quilos.“O
avanço dos trabalhos de colheita em todo o país revela a realidade da safra
brasileira, trazendo a necessidade de novos ajustes nas produtividades médias
esperadas para alguns estados do país”, afirmou o analista e consultor de
Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
No Sul, o destaque fica com o ajuste positivo do
Rio Grande do Sul, com grande parte das lavouras demonstrando um ótimo
potencial. “É possível vermos a maior safra da história do estado, que nessa
temporada terá a segunda maior produção estadual do país”, destaca o analista.No
Centro-Oeste, a ressaltar o aumento da produtividade média esperada para o Mato
Grosso, onde as lavouras semeadas e colhidas mais tardiamente trouxeram
resultados muito melhores que as plantadas precocemente, beneficiadas pela
melhora climática registrada a partir de janeiro. Já no Mato Grosso do Sul, foi
feito um ajuste negativo na produtividade média, com parte das lavouras
trazendo resultados menores do que o esperado inicialmente.No
Sudeste, destaque para a redução do potencial produtivo de São Paulo, com parte
das lavouras também com resultados inferiores ao esperado. “No Nordeste, o
avanço dos trabalhos de colheita na Bahia revela que o potencial produtivo do
estado é melhor do que esperávamos, havendo surpresa positiva nas
produtividades”, acrescenta Roque.
Estados Unidos
O relatório de abril do USDA indicou que a safra americana
de soja deverá ficar em 113,35 milhões de toneladas. A produtividade foi
indicada em 50,6 bushels por acre. Os números foram mantidos na comparação com
março.
Os
estoques finais estão projetados em 9,25 milhões de toneladas. O mercado
apostava em carryover de 8,68 milhões de toneladas. Em março, a estimativa era
de 8,57 milhões de toneladas. A instituição surpreendeu ao indicar estoques dos
EUA acima do esperado. E, também, por manter a sua estimativa para a safra
brasileira.
Mundo
O
USDA ainda projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 396,73 milhões de
toneladas. Em março, a previsão era de 396,85 milhões. Os estoques finais foram
reduzidos de 114,3 milhões para 114,2 milhões de toneladas.O mercado esperava
um número de 112,6 milhões de toneladas.
A
projeção do USDA aposta em safra americana ficou em 113,3 milhões de toneladas,
mesmo número do relatório anterior. A safra brasileira foi projetada em 155
milhões de toneladas, sem alterações. Para a Argentina, a previsão é de
produção de 50 milhões de toneladas, também sem revisão. O mercado esperava
número de 151,7 milhões para o Brasil e de 50,2 milhões para a Argentina.Fonte: Com informações de Safras Mercado