Nesta terça-feira (16), o mercado financeiro local monitora o boletim focus do Banco Central (BC), o IGP-10 (sigla para Índice Geral de Preços – 10) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o monitor do PIB em fevereiro.
O Ibovespa (IBOV), principal índice acionário da B3, a Bolsa brasileira, encerrou a última segunda-feira (15) em queda de 0,49%, aos 125.333,89 pontos.
Confira outros fatores que movimentam o Ibovespa (IBOV) nesta terça-feira (16):
Lei de diretrizes orçamentárias
A questão fiscal volta a assumir protagonismo e o topo das preocupações nesta semana, depois que o Ministério da Fazenda jogou a toalha e revisou as metas fiscais dos próximos anos no projeto da LDO/2025.
A reação dos mercados foi pior do que o esperado e ficou a sensação de que cortes de despesas estão fora do script, que o governo não está disposto a sacrifícios, que o ajuste das contas públicas vai demorar mais e que o arcabouço provou sua fragilidade.
As coisas já estavam malparadas desde a antecipação dos gastos em R$ 15,7 bilhões na semana passada. Agora, o arcabouço entrou no alvo das críticas dos economistas de modo quase definitivo. O pessimismo aumentou.
A revisão da meta de 2025, de superávit de 0,50% do PIB para zero, confirmada horas antes pelo ministro Fernando Haddad em entrevista à GloboNews, era apenas uma parte da história. O governo flexibilizou também as metas de 2026 e fixou metas modestas para 2027 e 2028.
A Fazenda, que esperava atingir superávit de 1% do PIB em 2026, espera agora esse resultado apenas para 2028.
Para 2026, a meta de superávit foi reduzida para 0,25% e para 2027, definida em 0,50%. Em todos os casos com uma banda de 0,25 ponto percentual.
A projeção para a dívida bruta sairá de 76,6% do PIB neste ano para atingir o pico de 79,7% em 2027. Só depois disso ela se estabilizaria para começar a cair a partir de 2028. Na apresentação do arcabouço, em 2023, a Fazenda estimava dívida a 75% do PIB em 2026.
Os números foram interpretados como um sinal verde para a política expansionista do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Há preocupação especialmente com os gastos obrigatórios, das despesas previdenciárias e assistenciais, atreladas ao salário-mínimo, projetado na LDO a R$ 1.502 em 2025 (+6,37%), R$ 1.582 em 2026, R$ 1.676 em 2027 e R$ 1.772 em 2028.
Ao mesmo tempo, a revisão de gastos proposta pelo Ministério do Planejamento é considerada tímida e corresponde a menos do que 1% da despesa dos programas que passarão por reavaliação, segundo o Estadão, a saber, aposentadorias e pensões do INSS e benefícios do Proagro.
O mercado nunca acreditou nas metas projetadas por Haddad, mas o fato de ter o ministro lutando por elas era uma espécie de seguro, e o receio é de que isso se tenha perdido. As revisões terão impacto na credibilidade do arcabouço fiscal.
As informações são do site Bom Dia Mercado.
No exterior…
EUA
Na agenda econômica dos Estados Unidos da América (EUA) nesta terça-feira (16), está:
– 10:15 – Produção Industrial em março.
Corte nos juros
A presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) de São Francisco, Mary Daly, vê progresso na inflação dos Estados Unidos, mas reitera que a alta de preços segue muito acima da meta, e que não há pressa para reduzir os juros, visto que a economia norte-americana segue aquecida e resiliente, com crescimento sólido e mercado de trabalho forte.
Ela destaca também que o Fed segue observando os desdobramentos recentes de dados econômicos e de conflitos geopolíticos, mas que, por ora, as tensões entre Israel e Irã parecem não respingar na inflação norte-americana.
China
PIB – A economia da China cresceu mais do que se esperava no primeiro trimestre. Segundo o Escritório Nacional de Estatística, o PIB saltou 5,3% em relação aos primeiros três meses de 2023.
Economistas ouvidos pela Caixin e pela consultoria chinesa Wind esperavam um crescimento anualizado de 4,9%, enquanto analistas ouvidos pela agência Reuters apontavam 4,6%.
No trimestre anterior, fechando 2023, a expansão anualizada havia sido de 5,2%.