O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 10,7 bilhões em setembro de 2022, ante superávit de R$ 12,9 bilhões em setembro de 2021, segundo dados do Banco Central (BC). O Governo Central e os governos regionais apresentaram, na ordem, superávits de R$ 11,1 bilhões e de R$ 321 milhões. As empresas estatais registraram déficit de R$ 688 milhões. Nos doze meses encerrados em setembro, o superávit primário do setor público consolidado atingiu R$ 181,4 bilhões, equivalente a 1,93% do PIB.

Os juros nominais do setor público consolidado, apropriados por competência, somaram R$71,4 bilhões em setembro de 2022, comparativamente a R$55,0 bilhões em setembro de 2021. Além do aumento na taxa Selic, contribuiu para essa evolução a piora no resultado das operações de swap cambial (perda de R$24,7 bilhões em setembro de 2022 e de R$16,8 bilhões em setembro de 2021). Nos doze meses acumulados até setembro, os juros nominais somaram R$592,0 bilhões (6,29% do PIB), comparativamente a R$351,8 bilhões (4,17% do PIB) nos doze meses até setembro de 2021.

O resultado nominal do setor público consolidado, que inclui o resultado primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$60,6 bilhões em setembro de 2022. No acumulado em doze meses, o déficit nominal alcançou R$410,6 bilhões (4,36% do PIB), elevando-se 0,16 p.p. em relação ao déficit acumulado até agosto de 2022.

Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) e Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG)

A DLSP atingiu 58,3% do PIB (R$5,5 trilhões) em setembro, mantendo-se praticamente estável em relação ao mês anterior (58,2% do PIB). Para esse resultado contribuíram os juros nominais apropriados (+ 0,8 p.p.), o efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (+ 0,5 p.p.), a desvalorização cambial de 4,4% (-0,6 p.p.), o crescimento do PIB nominal (-0,5 p.p.) e o superávit primário (-0,1 p.p.). No ano, o aumento de 1,1 p.p. na relação DLSP/PIB foi influenciado pelos juros nominais apropriados (+4,6 p.p.), pelo efeito da variação da cesta de moedas que compõem a dívida externa líquida (+1,7 p.p.), a valorização cambial acumulada de 3,1% (+0,6 p.p.), o crescimento do PIB nominal (-4,5 p.p.) e o superávit primário acumulado (-1,4 p.p.).

A DBGG – que compreende Governo Federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 77,1% do PIB (R$7,3 trilhões) em setembro de 2022, redução de 0,4 p.p. do PIB no mês. Essa evolução decorreu, principalmente, do efeito do crescimento do PIB nominal (-0,7 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-0,4 p.p.), dos juros nominais apropriados (+0,6 p.p.) e do efeito da desvalorização cambial (+0,2 p.p.). No acumulado no ano, a redução de 3,1 p.p. decorreu sobretudo do crescimento do PIB nominal (-6,3 p.p.), dos resgates líquidos de dívida (-2,4 p.p.), do efeito da valorização cambial acumulada (-0,2 p.p.) e dos juros nominais apropriados (+5,8 p.p.).

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