As ações da Telefônica Vivo (VIVT3) estão entre os destaques do mês de outubro, com dois pagamentos de dividendos aos acionistas.
O primeiro será de R$ 1,21 por ação, para quem tinha os papéis em carteira no dia 26 de abril de 2022, e outro de R$ 0,895, para os investidores com base na posição acionária no dia 27 de dezembro de 2021.
Acima da remuneração mínima
De acordo com o estatuto, a tele brasileira deve distribuir, no mínimo, 25% do seu lucro líquido na forma de proventos (payout) aos seus acionistas.
No entanto, segundo o site de Relações com Investidores da Telefônica, a empresa pagou entre 78% e 115% desde 2011.
Apesar de ultrapassar o mínimo obrigatório, é muito importante entender se os papéis da empresa têm grandes chances de se valorizarem.
Assim, você pode comprar a ação de uma empresa sólida e com uma boa distribuição de dividendos.
É uma boa empresa em dividendos?
Ao comentar sobre a indicação da Telefônica Brasil levando em conta o pagamento de dividendos, Guilherme Tiglia, analista responsável pela carteira Nord Dividendos, cita que a empresa é uma boa escolha.
“Normalmente, a empresa remunera os acionistas duas vezes por ano. O Dividend Yield (retorno em dividendos) dos últimos 12 meses é de 9,5%, enquanto a média dos últimos 10 anos está em torno de 7,5%.Trata-se de um bom patamar de dividendos e não vejo nenhum fator atípico (relevante) para o momento”, disse.
Sobre a companhia pertencer ao setor de telecomunicações, o analista afirma que a ação faz sentido na carteira de dividendos.
“A operadora continua gerando bom fluxo de caixa e resultados resilientes, operando no Brasil. Além disso, é bem posicionada em seu setor e muito pouco alavancada (baixo nível de endividamento, apenas 0,7x Dívida Líquida/EBITDA)”, avalia.
Tiglia acrescenta que, em uma estratégia para a carteira de dividendos, além da telecom, ele gosta também de bancos, elétricas, saneamento e seguros.
“Na carteira Nord Dividendos, temos players bem consolidados, sólidos, maduros, rentáveis e que já se provaram ao longo do tempo. Certamente, devemos analisar caso a caso, mas essa é uma tendência observada”, comenta o analista.
O que esperar em 2023?
Em relação às perspectivas de crescimento, Tiglia destaca que a recente aquisição dos ativos da Oi Móvel deve impulsionar as atividades da companhia.
“Existem boas avenidas de crescimento para a Telefônica Brasil em 2023, envolvendo projetos de fibra, 5G e menor exposição a produtos legados, o que deve seguir contribuindo para os resultados da empresa. Além disso, existe valor a ser capturado com as sinergias da consolidação da Oi Móvel”.
As vantagens e os riscos
O nosso analista considera quatro principais vantagens para o investidor: a liderança de mercado na telefonia móvel, a marca reconhecida (detentora da Vivo), foco em mix de produto de maior valor agregado e a aquisição da Oi Móvel.
Já os pontos de risco: a concorrência e as transformações tecnológicas em seu mercado.
Ação está barata?
Os papéis da operadora são negociados a múltiplos atrativos de 4,2 vezes o valor sobre o Ebitda de 2023, e o dividend yield projetado para os próximos 12 meses (até setembro 2023) é de 7%.