💰 De olho na economia
Preparem-se para mais volatilidade pela frente!
As discussões sobre o Auxílio Emergencial foram destaque na semana. O fato de não existirem recursos dentro do teto dos gastos para financiar esta prorrogação e não existirem condições para que isto seja feito fora do teto (financiado por crédito extraordinário que exige estado de calamidade pública e total imprevisibilidade), gerou forte reação negativa por parte dos investidores, na medida em que a declaração foi interpretada como um sinal de que o teto poderá não ser respeitado.
A semana que se inicia hoje promete ser bastante movimentada. Além da discussão sobre a reforma do Imposto de Renda no Senado, teremos a continuação da discussão sobre a prorrogação do Auxílio Emergencial, como aprovar esta prorrogação dentro do teto dos gastos, e dados importantes que deverão movimentar os mercados. No Brasil, os IGP-Ms e o IPCA de setembro vão sinalizar o comportamento da inflação, a Pesquisa Mensal do Comércio, e a produção industrial, vão dar novas informações sobre o crescimento da economia. Nos Estados Unidos, a discussão em torno do aumento do teto da dívida deve gerar volatilidade e os dados do mercado de trabalho vão sinalizar se a redução das compras de ativos irá realmente começar em novembro. Finalmente, na China, dados do mercado de crédito deverão sinalizar como o mercado está reagindo à difícil situação da segunda maior empresa do setor imobiliário do país, a Evergrande.
🚝 Expresso Bolsa
Resumo do dia: Começando o mês com o pé direito!
Na primeira semana de outubro, a bolsa alcançou os 112,9k, o que representou uma alta de 1,73% na sexta-feira. O destaque ficou para a repercussão do anúncio da nova medicação oral contra o Covid pela farmacêutica Merck, que foi sentida pelos bons números das bolsas americanas impactando também o bom-humor dos investidores por aqui. As principais altas do dia que auxiliaram os números do IBOV ficaram para os setores aéreo, de educação e financeiro.
Mosaico e Banco Pan (MOSI3 e BPAN4): Mosaico foi comprada. Banco Pan levou tudo!
• Em fato relevante, foi anunciado a compra da totalidade da Mosaico pelo Banco Pan. O Banco incorpora a totalidade das ações de Mosaico (passando a deter 100% do capital social) e os fundadores passam a integrar o quadro de executivos do banco;
• A operação: Os acionistas de Mosaico receberão 0,8 ações BPAN4 para cada ação MOSI3 que detém. Ainda receberão bônus de subscrição, condicionado à ação de BPAN4 ter preço igual ou superior a 24 reais por 3 pregões consecutivos;
• Tiro certo do Banco Pan! Seguindo a tendência de criação de marketplaces, o Banco Pan ganha tempo e know-how ao trazer para dentro a Mosaico. Com a expertise dos executivos da cia e com a tecnologia criada, é um avanço positivo e com implementação mais rápida. Banco Pan aproveita a boa performance de sua ação BPAN4 que sobe 112% em um ano para trocar com MOSI3 que despencou após o IPO;
• Foi bom para quem investia em Mosaico? Na nossa opinião, sim! Estávamos muito preocupados com a Mosaico pela falta de novas iniciativas, features e inovações. Ser incorporada pelo BPAN é uma oportunidade para que os serviços financeiros sejam incorporados dentro das plataformas de shopping de forma mais robusta, engajando e retendo mais os clientes.
🌎 Internacional e BDR
Merck (MRCK34): Pílula contra Covid-19 da Merck apresenta eficácia
• De acordo com os resultados do estudo clínico de Fase 3, o medicamento oral experimental da Merck contra a Covid-19, o molnupiravir, reduziu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte para pacientes em risco de doença grave;
• A Merck planeja buscar a autorização de uso de emergência nos Estados Unidos para a pílula, desenvolvida em parceira com a Ridgeback Biotherapeutics. Caso seja autorizado, o molnupiravir, que se destina a introduzir erros no código genético do vírus, será o primeiro medicamento antiviral oral para Covid-19.
📊 O que mais aconteceu no mercado
• De saída (IRBR3, MANTER, PA R$ 6,40): O IRB comunicou a saída de seu CFO, Werner Süffet, por motivos pessoais. Após reestruturação ao longo do último ano e novo CEO ter recém-assumido o cargo, na nossa avaliação, novas mudanças no quadro executivo geram incertezas;
• A volta dos Cruzeiros (CVCB3): O governo deve editar uma portaria autorizando a volta dos cruzeiros à costa brasileira para a temporada 2021 e 2022. Segundo informações do Ministério do Turismo, os cruzeiros voltarão a navegar entre novembro de 2021 e abril de 2022. Para a temporada 2021/2022, estão previstas sete embarcações, o que significa 566 mil leitos, maior oferta dos últimos quatro anos. A volta dos cruzeiros é um indicativo importante da retomada do turismo, que deve voltar com força no último trimestre;
• Aprovado (ITUB4 e ITSA4): O Itaú e Itaúsa comunicaram a aprovação da incorporação da XPart pela XP. Com isso, os acionistas controladores e detentores de ADRs do banco receberão ações classe A da XP. Os demais acionistas receberão BDRs da XP. As ações de Itaú passarão a ser negociadas hoje ex-direito;
• Nota de esclarecimento (HAPV3, COMPRAR, PA R$ 18): Envolvida em boatos de prescrição de “Kit Covid”, a Hapvida se comunicou através de fato relevante reiterando as ações da companhia no combate à pandemia, dentre os quais estão o investimento de mais de meio bilhão de reais em abertura de leitos, contratação de profissionais e compra de respiradores. Desde meados de setembro, a ação desvalorizou ~12% em decorrência dos rumores;
• Aquisições (SULA11, PSSA3 e B3): Na sexta-feira (01/out) um conjunto de operações foram concluídas. A SulAmérica concluiu a aquisição da carteira de planos de saúde da Santa Casa de Ponta Grossa, que possui 25k beneficiários. A Porto Seguro fechou com sucesso o processo de aquisição da ConectCar, companhia de pagamentos de serviços como pedágios e estacionamentos. Por fim, a B3 comunicou parecer favorável do Cade ao acordo de investimento com a TOTVS na Dimensa, empresa de serviços financeiros;
• Desafios do 5G no Brasil (Telecomunicações): Em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial, 69% das empresas analisadas não tinham projetos de Internet das Coisas por falta de profissionais qualificados. Outro ponto é a questão regulatória e os tempos para uso e testagem para novas aplicações. Espera-se que conforme apareçam novos serviços, maior será a adesão ao 5G;
• Possível alívio para a Evergrande (3333HK, 6666HK): Uma subsidiária da gigante Evergrande divulgou que poderá ser adquirida, o que poderia aliviar a situação financeira da empresa. A subsidiária tem valor de mercado de US$ 7,1 bi e é detida em 61% pela Evegrande. A estratégia de venda de ativos listados faz parte da proposta da gigante chinesa para evitar falência.