Em setembro, os Barômetros Econômicos Globais mantêm a tendência de enfraquecimento iniciada em julho, refletindo a desaceleração do crescimento econômico mundial no segundo semestre de 2021, divulgou nesta sexta-feira (10) a Fundação Getulio Vargas (FGV). Apesar da queda, os níveis dos indicadores continuam elevados e compatíveis com a continuidade da atual fase de retomada da economia mundial.
O Barômetro Econômico Global Coincidente recua 6,3 pontos em setembro, para 111,8 pontos. O Barômetro Econômico Global Antecedente recua 7,2 pontos, para 105,1 pontos. Todas as regiões pesquisadas evoluem de forma negativa no mês; com quedas mais acentuadas na região da Ásia, Pacífico & África, para o Coincidente e Europa, para o Antecedente.
‘A retomada do nível de atividade em relação ao período mais severo da pandemia vem ocorrendo na esteira do avanço da imunização e do relaxamento das restrições de mobilidade. No entanto, essa retomada vem ocorrendo em meio à persistência de problemas relacionados às cadeias de suprimentos de diversas matérias primas, transformando parte do aumento da demanda em elevação de preços ao longo de todas as regiões e setores. As desacelerações observadas nos barômetros coincidente e antecedente refletem as questões ligadas a essas restrições de oferta, e às alternativas de política econômica para lidar com aumentos generalizados de preços’, avalia Paulo Picchetti, pesquisador do FGV IBRE.
Barômetro Coincidente – Indicadores de regiões e setores
A região da Ásia, Pacífico & África contribui com a maior parcela (3,9 pontos), para a queda do Barômetro Global Coincidente; seguida pela Europa e Hemisfério Ocidental, com contribuições negativas de 1,3 e 1,1 ponto, respectivamente. Todas as regiões ainda registram indicadores acima do nível médio histórico de 100 pontos. O gráfico no Press Release ilustra a contribuição de cada região para a distância do Barômetro Coincidente em relação aos 100 pontos.
Todos os cinco setores monitorados pela pesquisa contribuem de forma negativa para o resultado agregado do Barômetro Coincidente em setembro. O indicador que mede a evolução das economias em nível agregado (Economia) exerce a maior contribuição para a queda no mês; seguido da Indústria e do Comércio. Os demais setores contribuíram modestamente para o resultado. O indicador do Setor de Serviços recuou pela terceira vez consecutiva, agora em menor ritmo, mas ainda registra o maior nível entre os setores.
Barômetro Antecedente – Indicadores de regiões e setores
O Barômetro Global Antecedente antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses. Os indicadores antecedentes das três regiões contribuem de forma negativa para o resultado do Barômetro Antecedente em setembro. A região da Europa contribui negativamente com 3,6 pontos para a queda; seguida da Ásia, Pacífico & África com -2,3 pontos e do Hemisfério Ocidental com -1,2 ponto. A Europa, que no mês passado era a região mais otimista, passa a ser a primeira região a convergir para a neutralidade, ao registrar 99,9 pontos. As demais regiões se mantêm acima dos 100 pontos.
Houve queda dos indicadores antecedentes setoriais em setembro, com maiores contribuições para o resultado agregado vindo da Indústria e do indicador que mede a evolução das economias em nível agregado (Economia). Os demais setores contribuíram modestamente para o resultado final. Com as quedas no mês, a Economia registra nível inferior ao de 100 pontos pela primeira vez desde julho de 2020; mas os setores Construção, Serviços e o Comércio continuam registrando níveis que refletem otimismo no curto prazo.