🌎 CENÁRIO EXTERNO

Rotação

Rotação

Em manhã que não trouxe grandes novidades ao cenário, ativos de risco estão ensaiando fechar a semana em tom predominantemente negativo. De destaque, uma nova rotação de portfólios em direção a ativos de crescimento (“growth”) parece estar em curso, após sinais de um Federal Reserve menos tolerante de um cenário de inflação elevada retirarem força da tese do “reflation trade”. Este mesmo movimento é visto nos juros futuros, que seguem devolvendo a alta angariada após o anúncio da decisão do FOMC em movimento de “flattening” (achatamento) da curva, e no dólar, que têm manhã de estabilidade após duas sessões de forte apreciação contra seus principais pares. Commodities, por sua vez, têm manhã de leve recuperação após uma sessão de quedas quase que generalizadas nesta 5ªfeira.

Na agenda

Não existem indicadores de peso a serem divulgados ao longo desta 6ªfeira.

CENÁRIO BRASIL

Governo se aproxima da primeira vitória relevante da pauta de privatizações

Senado aprova MP da Eletrobras

O Senado aprovou a medida provisória (MP) que abre o caminho para a capitalização da Eletrobras por placar de 42 votos favoráveis contra 37 contrários – um voto a mais do que o número mínimo necessário para aprovar a proposição. A MP ainda terá de passar por mais uma votação na Câmara para ser aprovada definitivamente, mas a batalha mais aguerrida foi superada ontem. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), prometeu realizar a análise final da proposta na segunda-feira; um dia antes da data em que a MP perderá a sua validade.

Controversas

Apesar da sua aprovação no Senado, o debate em torno do verdadeiro impacto da privatização da Eletrobras continua indefinido. Segundo projeções do grupo União pela energia, que reúne 45 associações do setor de geração e distribuição de energia, alterações presentes no projeto, não relacionadas ao processo da capitalização da estatal, devem aumentar em bilhões o custo de eletricidade pago pelo consumidor final. O governo e seus aliados defendem que MP deve baratear o custo das tarifas em 6,34%. O presidente Jair Bolsonaro ainda poderá remover alguns dos “jabutis” que ameaçam encarecer a conta luz por meio de vetos; mas, até o momento, o governo aparenta estar satisfeito com as alterações feitas ao projeto pelos parlamentares.

Finalmente uma privatização

A vitória no Senado abre o caminho para a primeira grande conquista da pauta de privatizações do governo Bolsonaro e fortalece a equipe econômica e o ministro Paulo Guedes (Economia). A aprovação também afasta questionamentos sobre a capacidade de articulação do governo no Senado frente ao desgaste sofrido como resultado da CPI da Pandemia. A capitalização da estatal ainda deve ser questionada no Judiciário – muitos senadores abordaram essa possibilidade durante a votação da MP –, mas; pelo menos por ora, o governo aparenta estar próximo de adicionar um feito relevante ao seu currículo.

Na agenda

Não existem indicadores relevantes a serem divulgados ao longo do dia.

E os mercados hoje?

Mercados globais têm nova manhã negativa, com investidores ainda reagindo à mensagem passada pelo Fed na 4ªfeira na falta de grandes novidades na agenda. No Brasil, também há uma ausência de indicadores econômicos relevantes na agenda e, portanto, a abertura deve ser movimentada principalmente pela aprovação da MP da Eletrobras no Senado. Desta forma, levando em conta o balanço geral dos mercados nesta manhã, esperamos uma abertura de viés neutro/positivo para ativos de risco locais, que deverão reagir positivamente à primeira grande vitória da agenda de privatização do governo ao mesmo tempo em que reage, mesmo que em menor grau, à recuperação no mercado de commodities.

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