“Se você desagrega a atividade comercial, a indústria extrativa vai para cima, e o serviço para baixo”
Na última quarta-feira (19), a corretora Nova Futura Investimentos convidou Marco Antonio Jacob Caruso, Economista-Chefe do Banco Original, para discutir as projeções econômicas para o segundo trimestre de 2021. A conversa foi guiada pelo Gestor e Economista-Chefe da No va Futura, Pedro Paulo Silveira, que perguntou ao outro especialista quais eram suas perspectivas para o cenário brasileiro nos próximos meses e começo de 2022. Assim sendo, levando em conta o aumento da inflação no país.
Segundo Marco Antonio, é possível dividir o cenário em duas janelas. “Uma que tem se mostrado surpreendentemente positiva em 2021. Principalmente, em termos de crescimento. Todo mundo tem sido surpreendido pelos dados do primeiro trimestre deste ano. Antes, muitos tinham expectativa de um PIB negativo para o primeiro trimestre. Aqui no Banco Original, a projeção era algo levemente positivo, mas estamos trazendo esse número cada vez mais para cima” (10 min 23 seg). “Será que o PIB do segundo trimestre não será negativo? Vamos descobrir só depois . Entretanto, o número dos economistas para 2021 passou a ser um PIB de 4,5%, se não mais” (11 min 14 seg), explica.
Para o Especialista, o lado negativo dessa história é a inflação. “O Banco Central tem subido a taxa Selic mais rápido do que se imaginava, mas também tem falado que não vai tão longe nesse ciclo. Aos olhos dos economistas, ele não precisa de um juros acima dos 6%. Porém, a inflação preocupa, já que sabemos que seguir a inflação no Brasil é custoso. Além disso, 2022 é um ano eleitoral, partindo de uma inflação alta, não é bom” (12 min 16 seg), diz. “Se me perguntassem há 3 meses se iriam fazer 3 mudanças seguidas de 0,75% na Selic, provavelmente responderia não. Porém, é isso que d evem fazer agora. O Copom está vendo que precisa criar um muro mais alto para que a inflação de 2021, fique em 2021. Então, a gente entende que a taxa vai direto para, pelo menos, os 6,5% no começo do ano que vem” (16 min 25 seg).
Em seguida, o Economista-Chefe da Nova Futura Inv estimentos pergunta sobre a alta de preços das commodities e como o convidado enxerga o cenário nos próximos dois anos (28 min). “Com o governo Biden acelerando a infraestrutura e os gastos verdes, faz sentido as metálicas irão para cima por um tempo maior, porque esse programa pode durar alguns anos. Já as agrícolas, sua demanda e oferta se ajustam com o tempo, principalmente no Brasil, onde às vezes tem clima super seco, mas não consigo enxergar ela subindo por dois anos. Além disso, não acho que vamos voltar para um superciclo das commodities, apenas em questão as metálicas. Tirando isso, se a gente está indo para um mundo mais inflacionário, quem se protege entre as classes de ativos são as commodities” (28 min 32 seg), comentou.
Logo depois, Silveira perguntou o que mais surpreendeu o economista no primeiro semestre deste ano. “Minha sensação é a seguinte: empresas e famílias se adaptaram rapidamente ao cenário que estamos vivendo. O varejo tradicional e o lazer não, pois precisam das pessoas convivendo, mas o resto se adaptou. De alguma forma, a produtividade aumentou drasticamente no Brasil” (38 min 42), especulou Caruso. O Economista-Chefe da Nova Futura completou: “Eu vejo que se você desagrega a atividade, a indústria extrativa vai para cima, e o serviço para baixo. A impressão que dá é que a produtividade de fato aumentou porque o desemprego aconteceu nos setores menos produtivos, que são as pessoas mais vulneráveis, aqueles que fazem bico, possuem pequenas empresas e são autônomos. Já as grandes companhias, tiveram um resultado espetacular. Por conta da crise Dilma, elas já estavam preparadas para isso. Entã o, se beneficiaram da crise, e todo o setor menos produtivo colapsou” (40 min 56 seg).
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8IJ1UmwKm5s&t=626s
Sobre a Nova Futura Investimentos
Sócia-fundadora da BM&BOVESPA, a Nova Futura Investimentos, foi fundada em 1983, atua nos mercados de commodities, renda fixa, renda variável e seguros. Com presença nacional, a instituição financeira conta com 21 escritórios espalhados por diversas cidades do país. Ao longo de mais de três décadas de existência, se consolidou como uma das maiores e mais independentes casas de investimentos do B rasil.
Com tradição no mercado institucional, vem se tornando referência no varejo, oferecendo a mesma qualidade já ofertada ao mundo empresarial agora também para pessoas fí sicas. Em 2017, confirmando a tradição de excelência, a corretora recebeu o selo Nonresident Investor Broker, que reconhece a estrutura organizacional e tecnológica especializada na prospecção de clientes, prestação de serviços de atendimento consultivo assim como execução de ordens e distribuição de produtos da BM&FBovespa para investidores não residentes.