Ontem, depois de encerrado o vencimento de derivativos para o prazo fevereiro na Bovespa, as ações líderes passaram a evoluir em alta e com isso o Ibovespa fechou com valorização de 0,78%, aos 120.355 pontos, depois de quase atingir na máxima 120.600 pontos, que vínhamos marcando como importante ser superado. Mas o dólar e os juros fecharam pressionados por conta do risco fiscal, enquanto os mercados americanos terminaram com comportamento misto, mas o Dow Jones atingiu um novo recorde de pontuação.

Hoje mercados asiáticos fecharam majoritariamente com quedas, exceção para a Bolsa de Xangai na volta do feriado prolongado com valorização de 0,55%. Mercados da Europa trabalhando com quedas nesse início de manhã, mas um pouco afastados das mínimas. Os futuros do mercado americano trabalham no campo negativo. Aqui, precisamos consolidar a passagem pelo patamar de 120.500 pontos, para abrir novos objetivos até o recorde de pontuação pouco acima de 125 mil pontos.

No exterior, Joe Biden reuniu lideranças empresariais e disse que os americanos querem tudo no pacote fiscal e que o governo tem a oportunidade de enorme progresso com empregos bem remunerados. Biden também disse querer a presença de Bolsonaro no fórum sobre clima, e isso pode trazer transtornos caso o presidente mantenha seu discurso enviesado sobre mudanças climáticas. Mas os ministros Ricardo Salles e Ernesto Araújo se encontram com John Kerry sobre pauta ambiental e pode afinar discursos.

Já os EUA, Alemanha, França e o Reino Unido se reúnem para discutir restrições ao Irã e projeto nuclear. Ontem a API anunciou que os estoques de petróleo dos EUA encolheram 5,8 milhões de barris na semana passada, e hoje teremos os estoques do departamento de Energia. No mercado internacional, o petróleo tem mais um dia de alta, com o WTI negociado em NY em alta de 0,15% (já esteve mais alto), com o barril cotado a US$ 61,23. O euro era transacionado em US$ 1,206 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 1,28%. O ouro mostrava alta e a prata em queda na Comex e commodities agrícolas com viés de queda na Bolsa de Chicago.

Aqui, o STF manteve a prisão do deputado Daniel Silveira pelo placar de 11×0 e, com isso, alongou a pressão sobre a Câmara que tem que encontrar uma solução para o episódio. Já a ANP divulgou que a Petrobras produziu em janeiro 2,14 milhões de barris de petróleo, em alta de +7,8%.

Na economia, a Fipe anunciou o IPC da segunda quadrissemana de fevereiro com inflação em desaceleração para 0,55%, vindo de anterior em +0,78%. A FGV mostrou a segunda prévia do IGP-M de fevereiro com inflação também desacelerando para 2,29% (anterior em 2,37%), mas acumulando no ano, alta de 4,93% e em 12 meses com 28,64%. Matérias-primas brutas com alta de 4,11%. O IPC-S da segunda quadrissemana também desacelerou para 0,35%, vindo de 0,40%.

No dia ainda teremos indicadores com capacidade de mexer com os mercados e safra de balanços do quarto trimestre. A expectativa inicial para o dia é de Bovespa tentando recuperação (mas exterior inibe um pouco) dólar mais fraco (mas pressão segue) e juros em alta, mesmo com inflação desacelerando. O quadro fiscal é complicado e o governo já acena com contingências no orçamento, antes mesmo de o Congresso começar a discutir e votar, situação que só deve acontecer entre março e abril.

É hora de ficar de olho em Petrobras, Vale e CSN.

Alvaro Bandeira
Sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais
Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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