Entre riscos globais e possíveis impactos, separamos o que JP Morgan, a instituição financeira mais antiga e mais reconhecida do mundo, considera como os principais tópicos que cercam essas tendências. Portanto, veja como cada país está lidando com os riscos e impactos:
Ásia → controlaram o vírus com um sucesso relativo, tendo benefícios de ser “o primeiro dentro e o primeiro fora”. A maneira como eles controlam o vírus e se recuperam já permite que muitas coisas, como viagens nacionais e turismo, já estejam normalizadas. Taiwan e a Coreia do Sul também se recuperaram relativamente rápido por conta da demanda de tecnologia. O Japão, no entanto, ainda está se recuperando, muito por conta da fraca demanda causada pelo aumento de impostos e a moeda estando forte. A recuperação da Índia, Indonésia e Filipinas vai depender da vacinação global.
Europa → falhou em conter o vírus e o aumento continua. Surgiram novos lockdowns no Reino Unido, na França e na Alemanha em razão disso. Esses ainda não são tão severos como foram primeiramente. O foco deles em restringir os setores de lazer e hospitalidade permite que o nível de risco varie significativamente. Os países que dependem mais do turismo (Itália, Turquia, Espanha e Grécia) ainda não conseguiram se recuperar. O European Recovery Fund apresenta um nível sem precedentes de compromisso político com a política fiscal coordenada. Os valores atuais são muitos distantes e provavelmente vai ser difícil voltar aos níveis antes da pandemia. Não é o melhor momento para investimentos na área. (página 10)
América Latina → a recuperação está se iniciando, mas fica atrás do resto do mundo. A região não estava preparada para uma crise global por conta dos mercados de trabalho excessivamente despreparados e os precários sistemas de saúde.
A rapidez que de contágio do vírus fez com que medidas fortes tenham sido tomadas, até que as autoridades perceberam que paralisar as produções poderia levar à catástrofe da economia. Riscos negativos para as perspectivas regionais incluem a retirada gradual do estímulo fiscal do Brasil; as políticas do México e sua falta de medidas fiscais significantes; e a Argentina realizando políticas que podem não ser amigas do mercado.
A previsão é que a economia da região comece a voltar a o que era antes da pandemia só em 2023 (sendo essa a data mais próxima), mais tarde do que qualquer outra grande região.
Estados Unidos → Apesar de uma pobre contenção do vírus, o país tem políticas de respostas fortes e de recuperação do cliente, Não houve momento em que o vírus esteve controlado no país, mas relaxou as restrições de qualquer forma.
As falências estão mais baixas do que antes da pandemia; as taxas de inadimplência da dívida corporativa já estão diminuindo; e a renda pessoal e a riqueza das famílias realmente aumentaram durante a recessão. O Federal Reserve chegou na crise com espaço para reduzir as taxas de juros e usar isso para consertar problemas nos mercados de crédito. O consumidor se recuperou rápido, principalmente em setores grandes como o imobiliário.
Apesar disso, existem áreas preocupantes que a flexibilização da economia está mascarando: 3.5 milhões de trabalhadores da área de lazer e hotelaria estão desempregados, e o desemprego permanece elevado. Podem haver danos duradouros no mercado, todavia o processo de recuperação da economia é robusto.