O Brasil encerrou o mês de maio com uma queda de 8,7% nos pedidos de recuperação judicial se comparado com o mesmo mês de 2019, quando 103 empresas haviam entrado com requisições, é o revela o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações Judiais. Na comparação com abril deste ano, que registrou 120 solicitações, houve uma retração de 21,7% nos pedidos.
Entre as 94 empresas que entraram com pedidos de recuperação judicial no último mês de maio, 54 são micro e pequenos negócios. As empresas de porte médio somam 28 pedidos, ao passo que as grandes companhias totalizaram 12 requisições.
Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, os números ainda não refletem totalmente os impactos do isolamento social, uma vez que os processos para protocolar o pedido de recuperação judicial exigem prazos legais. Além disso, a crise generalizada tem estimulado credores e devedores a buscarem acordos antes da execução das dívidas. “Está havendo um movimento de negociação entre as partes, o que permite às empresas em situação de dificuldade ganharem um pouco mais de tempo para se organizarem. Muitos bancos estão prorrogando o prazo de vencimento de dívidas e ampliando a carência’, lembra Rabi.
‘Ainda que o ambiente seja da busca pelo acordo neste momento, o prolongamento da instabilidade econômica fará com que haja crescimento no volume de empresas em situação de insolvência no segundo semestre. Mesmo com o início da reabertura gradual da economia em algumas cidades, a recuperação econômica no curto prazo é improvável e as empresas continuarão com dificuldades no fluxo de caixa, para manter a folha salarial e honrar compromissos com fornecedores, sendo que os negócios de menor porte e os recentemente criados deverão ter uma maior representatividade entre os que encerrarão suas atividades’, projeta Rabi.
Em um mês, dobra o número de empresas do comércio que pediram recuperação judicial
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No último mês de maio, as empresas do segmento do comércio despontam como as que mais cresceram nas requisições de recuperação judicial: um total de 26 no período, o dobro do observado em abril deste ano. O ramo de serviços registrou 45 pedidos, enquanto a indústria 13 solicitações e o setor primário 10.
O indicador ainda mostra que no acumulado de janeiro a maior deste ano, foram protocolados 471 pedidos de recuperação judicial, número próximo aos 474 observados em igual período do ano passado, o que representa uma leva retração de 0,6% no período. Dentre as ocorrências neste ano, as micro e pequenas empresas novamente lideram a lista de requisições, com 280 casos. As médias respondem por 127 ocorrências e as companhias de grande por por 64 pedidos efetuados.
Pedidos de falência caem pela metade em maio
Com relação às falências requeridas, houve uma queda de 50,9% no último mês de maio na comparação com o período equivalente de 2019, saindo de 163 solicitações para 80. Já na variação mensal, sem ajuste sazonal, houve uma alta de 6,7% frente ao indicador de abril deste ano, que havia registrado 75 pedidos de falência naquele mês. No acumulado de janeiro a maio, o Brasil já contabiliza 395 pedidos de falências, número inferior aos 580 registrados nos cinco primeiros meses de 2019.
Novamente, as micro e pequenos empreendimentos se mantiveram na dianteira com a maior participação entre as falências requeridas em maio: 49 contra 25 das de médio porte e 20 das grandes empresas. O segmento de serviços lidera com 46 solicitações de falências, seguido do comércio (21) e da indústria (13).
(MR – Agência Enfoque)
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