A companhia registrou no 4T20 um lucro líquido de R$ 209 milhões, com queda de 21,1% em relação ao 4T19. Esse resultado refletiu a estabilidade da receita líquida em R$ 1,7 bilhão (+0,4%), sustentada pelo aumento de 18,9% do preço médio, que compensou a queda de 15,5% dos volumes.
Já o EBITDA caiu 33,5% entre os trimestres para R$ 192,2 milhões (margem de 11,3%), em função da redução dos volumes de venda, menor utilização de capacidade instalada, menor diluição dos custos fixos, aumento dos custos variáveis, resultado da desvalorização do real combinado com a alta dos preços das commodities em dólar.
Destaque para o market share – volume de 33,5% em biscoitos e 32,4% em massas no 4T20, com crescimento frente ao 4T19. A companhia manteve a liderança nacional em ambos os mercados.
Ressaltem-se ainda os ganhos estruturais de eficiência e produtividade com o Projeto Multiplique. Foram R$ 184 milhões de ganhos recorrentes reconhecidos nos resultados de 2020, equivalentes a R$ 438 milhões de ganhos anualizados.
A companhia vem executando sua estratégia de crescimento nos mercados de atuação, com a criação de novas categorias e o fortalecimento nas exportações. Ao preço de R$ 30,70 (valor de mercado de R$ 10,4 bilhões) a ação MDIA3 registra queda de 9,9% este ano. Temos recomendação de COMPRA e Preço Justo de R$ 45,00/ação que traz um potencial de alta de 46,6%.
Destaques
Tomando por base 2020 em relação a 2019
A Receita Líquida cresceu 18,8% para R$ 7,3 bilhões (+12,1% em volume e +6,1% em preço médio). O EBITDA registrou alta de 26,2% alcançando R$ 974,3 milhões com margem de 13,4% (+0,8pp). O lucro líquido somou R$ 763,8 milhões (+37,2%) potencializado por efeitos não recorrentes líquidos de R$ 195,4 milhões.
Em 2020, os custos dos produtos vendidos foram 23,8% maiores que o registrado em 2019, e representaram 72,6% da receita líquida do período (ante 69,6% em 2019). Do lado positivo: (i) a maior diluição dos custos fixos em função do aumento de 14,7% nos volumes produzidos; (ii) os ganhos com otimização e eficiência advindos do Projeto Multiplique; e (iii) o aumento da verticalização de farinha de trigo. De outro lado, os aumentos no custo médio do trigo (+14,3%), do óleo (+48,9%) e do açúcar (+17,3%).
Em 2020 a companhia exportou para 44 países (35 países em 2019), resultando em uma receita bruta de R$ 235,2 milhões (R$ 62,2 milhões em 2019). Destaque também para as vendas na região Sudeste, que ganhou maior representatividade, com crescimento da marca Piraquê e do canal de Distribuidores.
No 4T20 os investimentos somaram R$ 66,3 milhões, acumulando R$ 221,8 milhões em 2020, com queda de 31,0% ante 2019. Ao final de dezembro de 2020 a dívida líquida da companhia era de R$ 350,7 milhões (0,4x o EBITDA) acima de R$ 255,5 milhões em set/20 (0,2x o EBITDA).
• Destaque para a elevada liquidez com R$ 1,2 bilhão em caixa (sendo o montante de R$ 693,2 milhões de disponibilidades líquidas geradas pelas atividades operacionais da companhia em 2020). No 4T20 houve o consumo de R$ 18,2 milhões de caixa nas atividades operacionais.
A Política de Remuneração aos Acionistas, em vigor a partir de 1º de janeiro de 2021; prevê o percentual alvo de 60% do lucro líquido ajustado relativo ao exercício de referência. A distribuição será realizada em 5 pagamentos anuais, sendo 4 pagamentos trimestrais de R$ 0,05/ação cada e 1 pagamento anual referente ao valor residual após aprovação pela Assembleia Geral que deliberará sobre as demonstrações financeiras do exercício em referência.
• A companhia irá pagar em 21 de abril o JCP bruto de R$ 0,05/ação referente ao 1T21. Será considerada a data de 7 de abril sendo as ações negociadas “ex” juros a partir de 8 de abril de 2021. O retorno líquido estimado é de 0,14%.