Além da forte queda do Índice de Confiança do Comércio em abril, outros indicadores da sondagem chamaram atenção no mês, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). Mensalmente os empresários do setor são consultados sobre a situação dos estoques e respondem se estão: excessivos, insuficientes ou normalizados.

Nesse período de isolamento social e de fechamento de quase todos os estabelecimentos, a análise será feita sobre o percentual de estoques excessivos apontados pelos respondentes diferenciando pelos segmentos.

A análise da série do comércio agregado mostra que em abril, 20,0% das empresas estão com estoques excessivos, o maior nível desde outubro de 2015 (21,3%) e segundo maior desde o início da série histórica em 2012. Por ser um dado volátil e com comportamento diferente entre os principais segmentos, apresentamos no gráfico abaixo as médias anuais dos revendedores de duráveis, semiduráveis e não duráveis.

Em 2020, o nível médio dos estoques dos revendedores de bens duráveis atinge o maior patamar desde 2015. Enquanto os segmentos de bens não duráveis e semiduráveis se mantem relativamente estáveis. Contudo, considerando a análise de 2020 só leva em consideração os primeiros quatro meses, faz sentido olhar também os dados mensais, para verificar a tendência nos últimos dois meses cujas empresas já mostram reflexos do impacto da pandemia em suas atividades.

Fica claro perceber em abril, que ocorreram movimentos distintos. As empresas que comercializam de bens não duráveis registraram redução dos estoques no mês, com forte influência de hiper e supermercados cuja proporção dos que informam que seus estoques estão excessivos diminuiu de 25,8% em março para 21,3% em abril. Já os segmentos de bens semiduráveis mostram um aumento no mês sob forte impacto do aumento de estoques do segmento de tecidos, vestuários e calçados, que passaram de 17,4% para 25,9%, na mesma base de comparação. Mas o pior resultado está nas empresas revendedoras de bens duráveis cujo a proporção de empresas que reportam estoques excessivos se aproxima do nível máximo histórico. Nessa categoria, destaca-se principalmente o segmento de móveis e eletrodomésticos com aumento de 12,1% para 27,4% nos dois últimos meses, e veículos, motos e peças, cujo percentual subiu de 18,0% para 33,5%, no mesmo período de comparação.

A expectativa no curto prazo é de continuidade dessa tendência, considerando que ainda não existe uma data prevista para o fim do período de isolamento social e também pela cautela dos consumidores na compra de bens não essenciais. O grupo de empresas revendedoras de não duráveis pode se manter com percentual pequeno de estoques excedentes por grande influência das empresas de supermercados e farmacêuticas que ainda conseguem apresentar um desempenho melhor (ou menos pior) que os demais segmentos do setor nesse período de pandemia.

(MR – Agência Enfoque)

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